Monday, June 18, 2012

Professor da PUC-RJ João Pinho de Mello Responde a Reinaldo Azevedo

Reinaldo Azevedo errou feio ao falar de um estudo científico sem saber do que se trata. Além disso faltou com o respeito. Um dos autores do estudo agredido por Azevedo, o professor da PUC-RJ João Pinho de Mello, responde `as críticas e trata Azevedo na mesma moeda: Agora sobre Bolsa Família e crime em São Paulo. A maneira ideal de estabelecer se o Bolsa Família teve algum efeito sobre a criminalidade é um experimento aleatorizado controlado. Ouseja, decidir no cara-e-corôa as cidades que recebem e que não recebem o Bolsa Família. Assim, garantir-se-ia que as cidades que recebem (Grupo de Tratamento) e que não recebem Bolsa Família (Grupo de Controle) terão, em média, características iguais. Infelizmente não temos acesso a tal experimento. Por isso usamos um procedimento que tenta imitá-lo. Em 2007 o programa passou a contemplar adolescentes de 16 e 17 anos. Como há escolas com mais e com menos adolescentes nessa faixa etária, o Bolsa Família se expande mais fortemente nos arredores de escolas com mais adolescente de 16 e 17 anos (mostramos isso empiricamente). Como as diferenças de distribuição etária entre as escolas de SP em 2006 nada tem a ver com a decisão de expandir o Bolsa Família, é “como se fosse aleatória” a expansão mais forte no entorno das escolas com mais alunos entre 16 e 17 anos. Por isso, quaisquer aumentos de crime mais fortes (ou mais fracos) no entorno dessas escolas podem ser interpretados como o efeito causal do Bolsa Família diminuindo (ou aumentando) o crime. Encontramos que o crime caiu mais fortemente no entorno das escolas com mais alunos de 16 e 17 anos. Por isso a inferência de que o Bolsa Família causou queda na criminalidade em SP. Se tivesse aumentando a inferência seria inversa: o Bolsa Família seria crimininogênico (perdão pelo anglicismo). Blogueiro, cientista é assim: aceita o que os dados dizem. Esse tipo de raciocínio estatístico pode ser estonteante quando o vemos pela primeira vez. Blogueiro, eu doaria umas três horas do meu tempo para educá-lo com mais detalhe, se achasse que você estivesse disposto a aprender. Mas você hoje demonstrou que só se interessa por proselitismo ideológico. Como dizia minha avó portuguesa, tali e quali o Nassif.

4 comments:

Anonymous said...

Isto não irá terminar - retoricamente - bem. Em que pese as credenciais científicas dos autores é inegável que o artigo que eles escreveram tem uma leitura política na cidade de SP e esta leitura é favorável ao PT. Os autores podem dizer que não tinham nenhuma intenção politiqueira mas o fato é que o artigo será usado para tal.
Contrapor os títulos de DOUTOR ao de blogueiro é técnica rudimentar de erística, muito usada contra figuras como o OdeC - que não tem diploma de nada - por gente da academia que arrota seus currículos Lattes e suas bolsas/sinecuras de pesquisador 1A.

Anonymous said...

Não concordo com o argumento dos autores.
Experimento controlado não foi realizado coisa nenhuma e sim um simulacro.
O que foi feito é uma inferência pura e simples sem considerar incontáveis fatores desconhecidos que podem ter influenciado na diminuição da criminalidade na populações observadas.
É mais uma vigarice que os cientistas sociais tentam copiar das ciências naturais nas quais o método científico é o guia.
Esses caras precisam estudar o Karl, não o Marx, mas o Popper.
Décio

Chesterton said...

Minha formação é médica, mestrado, logo minha opinião nessa área é a de um amador interessado.
Esse trabalho da PUC cheira mal, pescaram hipóteses pouco relevantes inverteram a hierarquia.

Anonymous said...

Just for the record, um dos autores do artigo é tucaníssimo.