Gurovitz no G1 resume bem os fatos: 1) Se, até segunda-feira, ainda havia para Dilma uma saída honrosa dessa história, em questão de dias essa possibilidade desapareceu. Depois das acusações na delação premiada do senador Delcídio Amaral, os grampos de Lula revelam um governo em estado avançado de putrefação, preocupado apenas em manter-se no poder;
2) Se, até semana passada, não estava clara a necessidade de prisão de Lula, as gravações a tornam evidente. A rede de poder mobilizada para mantê-lo a salvo das garras da lei demonstra tentativa de obstruir as investigações, argumento mais que suficiente para a decretação de prisão preventiva, esteja ele no ministério em Brasília ou em São Bernardo do Campo;
3) As autoridades que conspiraram com Lula, em especial o ministro Jaques Wagner, também deverão estar sujeitas à acusação de envolvimento nas tentativas de obstruir a Justiça. Deverão ser julgadas por isso;
4) Se era possível criticar a atitude de Moro, ao mandar interrogar Lula sob coerção, a divulgação dos grampos é digna de aplausos efusivos. Ela trouxe a público exatamente quem é o ex-presidente, como ele manobra politicamente, a quem recorre, o tipo de linguagem com que se expressa e o que pensa a respeito de temas como a Justiça, a imprensa ou as mulheres;
5) Dilma deu um abraço de afogado em Lula. Doravante está envolvida nas tentativas de obstruir as investigações do petrolão. O processo de impeachment andará mais veloz no Congresso, e as ruas não sossegarão enquanto ela ainda estiver no Planalto. A nomeação de Lula ministro era o ingrediente que faltava para inflamar os protestos populares. Não haverá trégua.
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