Wednesday, April 27, 2011

Um Debate sobre o Déficit Público: Sachsida x Nassif

O SB está surpreso. Adolfo Sachsida escreveu um post e um artigo sobre a carga tributária no Brasil e concluiu, corretamente, que ela é um obstáculo ao crescimento de longo prazo no Brasil. Surpreendente não foi o artigo do Sachsida mas seu comentário e debate com Luis Nassif. O SB confessa que não esperava a elegância que o Nassif demonstrou. Mas não se surpreendeu com o inenarrável baixo nível dos comentários do seu site. De qualquer maneira esse é o caminho civilizado do debate.

1 comment:

Degauss said...

Em seu Blog no último dia 25/04, em resposta a comentários de Luiz Nassif Sachsida escreveu:
“1) Em teoria Nassif pode estar certo. Contudo, quase tudo é possível em teoria. É por isso que os pesquisadores, na esmagadora maioria das vezes, estão interessados no que é provável (e não no que é possível). Por exemplo, é possível que alguém ganhe 5 vezes seguidas na mega-sena. Contudo, isso não é provável. Em ciência ocorre o mesmo” (AS).

Não, Nassif está errado inclusive na teoria. A teoria microeconômica, não sendo a demanda infinitamente inelástica, é taxativa quanto à aplicação de um imposto. Quando isto ocorre a quantidade ofertada diminui. A isto a teoria dá o nome de “peso morto”. Ou, em outros termos, existe uma relação teórica de causa e efeito entre um imposto e a quantidade produzida. E esta relação é negativa. Toda vez que o primeiro se altera, altera-se a segunda no sentido contrário. Isto vale em nível micro e em nível macro. No longo prazo, tanto a oferta agregada como a demanda agregada não são infinitamente inelásticas, logo, quando sobe a carga tributária devemos esperar, ceteris paribus, uma queda no PIB real.
Toda vez que a teoria estabelece uma relação de causa e efeito bem sedimentada devemos esperar que trabalhos econométricos encontrem uma correlação entre as variáveis dependente e independentes, como, aliás, ocorreu no trabalho de Sachsida. Se não encontrarem é melhor ficar com a teoria. Nunca é demais lembrar que a existência de correlação não significa necessariamente que exista relação de causa e efeito entre as variáveis consideradas.