Friday, April 22, 2011

Sindicatos e Educação

Ninguém pergunta a um traficante de drogas se o uso de drogas faz bem à saúde. Deveríamos fazer o mesmo quando se trata da opinião dos sindicatos de professores sobre educação. Gustavo Ioschpe escreve um excelente artigo sobre o tema:
Na área da educação, que é tão importante quanto a da saúde, não é assim. Se você tem frequentado a imprensa brasileira nas últimas décadas, sua visão sobre educação será provavelmente idêntica à dos sindicatos de professores e trabalhadores em educação. Você deve achar que o país investe pouco em educação, que os professores são mal remunerados, que as salas de aula têm alunos demais, que os pais dos alunos pobres não cooperam, que deficiências nutritivas ou amorosas na tenra infância fazem com que grande parte do alunado seja “ineducável” e que parte do problema da nossa educação pode ser explicada pelo fato de que as elites não querem um povão instruído, pois aí começarão os questionamentos que destruirão as estruturas do poder exploratório dessas elites. Não importa que todas essas crenças, exceto a última, sejam demonstravelmente falsas quando se cotejam décadas de estudos empíricos sobre o assunto (a última não resiste à lógica). Todas elas vêm sendo defendidas, ad nauseam, pelas lideranças dos trabalhadores da educação. E, como são muito pouco contestadas, acabaram preenchendo o entendimento sobre o assunto no consciente coletivo, e já estão de tal maneira plasmadas na mente da maioria das pessoas que todas as evidências apresentadas em contrário são imediata e automaticamente rechaçadas. É como se ainda negássemos a ligação entre o cigarro e o câncer de pulmão. [Dica Marcelo Hermes]

1 comment:

Anonymous said...

Interessante saber como isso se dá. Como pode uma visão única ganhar tanto espaço nos meios de comunicação, a aponto de deixar os governos de oposição ao governo federal reféns de greves e não greves? Por mais que implementem melhorias salariais e premiação por mérito? E pior, ninguém faz a crítica aos professores. Só que, na realidade, não estaria criticando o professor, mas a corporação ou as corporações que dizem representá-los e defendê-los. Embora estejam colocando-os como ruins perante todos. Massa de manobra, absenteístas etc.