Tuesday, January 8, 2013
França, o Farolete [quebrado] da Humanidade
O ultimo filósofo e livre-pensador francês que o SB leu desenvolveu uma tese instigante, essencialmente francesa devido a tremenda profundidade [que apenas ele e seus conterrâneos são capazes de entender e apreciar]: ele tentou provar que a pátria do socialismo, a França, é mais libertária que os EUA… aparentemente sua estima pela França é uma exceção, a ficha está caindo rapidamente e a maioria das pessoas alfabetizadas com QI superior ao de uma drosophila melanogaster tem capacidade para identificar a lenta, dolorosa e incontrolável decadência francesa, até mesmo um português consegue ver isso, como escreve João Pereira Coutinho:
No caso da França, a economia é apenas o começo do problema.
E esse começo é o mesmo dos países do sul da Europa: o euro, uma quase imposição gaulesa para que a União Europeia engolisse a temível reunificação da Alemanha, permitiu à França uma década de endividamento e gastos públicos como se não existisse amanhã.
Os resultados, que a revista "The Economist" resumiu recentemente, arrepiam qualquer cristão: o Estado consome 57% do PIB (a maior fatia de toda a zona do euro). A dívida pública saltou dos 22% do PIB (em 1981) para os 90% (em 2012). O desemprego atinge 25% da população jovem.
Perante tudo isso, a solução de François Hollande é taxar tudo que se mexe: trabalho, capitais, patrimônio. E depois? Quando não existir mais nada nem ninguém para "contribuir"?
Depois, a França chegará a duas conclusões dolorosas.
A primeira é que, ao adiar as reformas necessárias para que a sua economia seja minimamente competitiva, Paris capitulou perante a Alemanha: Angela Merkel é hoje a líder informal da Europa, não François Hollande.
E, segunda, que há um cheiro de declínio no território preferencial dos franceses: o da cultura.
Anos atrás, a revista "Time" provocou polêmica ao cartografar esse declínio com números. Na França, publica-se muito -mas os livros não sobrevivem fora das fronteiras francesas. Na França, filma-se muito -mas os filmes também não sobrevivem fora do país.
O mais celebrado artista plástico francês -Robert Combas- é personagem secundário nos circuitos artísticos internacionais (que estão em Londres, Nova York e até Berlim). A cultura pop francesa é uma piada (ou, no limite, uma imitação grotesca dos rappers americanos).
Se não fossem moda e gastronomia, que só com muita benevolência podem ser consideradas "alta cultura", o que seria da França, hoje?
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2 comments:
Oscar 2012: França ganhou Best Movie, Best Director, Best Actor, Best Score, Best Costume (e 10 nominações).
Todos os países do ocidente só tem um passado glorioso, na melhor das hipoteses. O passado francês é melhor do que os outros.
E Badge, eu nem acompanho o Oscar. É um prêmio que os amigos dão para os amigos, uma espécie de jabuti sem Gurgel.
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