Friday, January 25, 2013
Empresário Brasileiro, um Oxímoro
Na selva denominam de empresário todo picareta especializado em rent seeking. Num país onde o regime econômico é caracterizado pelo mercantilismo, em que o estado conspurca todas as relações econômicas, não poderia ser diferente. Considerem este exemplo:
O braço direito de Jorge Gerdau Johannpeter na Câmara de Gestão da Presidência pressionou para que uma consultoria que foi ligada ao empresário ganhasse contratos sem licitação no governo federal, segundo e-mails aos quais a Folha teve acesso. A consultoria, chamada então INDG (Instituto de Desenvolvimento Gerencial), hoje Falconi Consultores e Associados, foi a única contratada a partir de recomendações feitas pela câmara, que tem o empresário no comando. Ganhou ao todo contratos de R$ 59,9 milhões de ministérios e estatais.
Segundo os documentos, o empresário era mantido a par das gestões a favor do INDG feitas por seu número 2 na câmara, o secretário-executivo Cláudio Gastal, assim como da rotina da empresa. O INDG ganhou esses contratos sem licitação, por notória especialização. Outras empresas de consultoria trabalham para o governo, nenhuma a partir das recomendações da Câmara de Gestão. Os contratos foram feitos com os ministérios de Saúde e Justiça, centralizados no Planejamento (R$ 14,4 milhões), e com os Correios (R$ 29,4 milhões) e a Infraero (R$ 16,1 milhões). No Planejamento, Gastal relata em e-mail enviado para a cúpula do INDG e para Gerdau ter “pressionado” Válter Silva, secretário-executivo da pasta, que segundo ele via a contratação com ressalvas pela falta de licitação. Nos Correios, o INDG foi indicado em reunião oficial entre a cúpula da estatal, Gerdau e Gastal. Já na Infraero, o empresário enviou um ofício à estatal sugerindo que fosse adotada “estratégia semelhante” à do ministério.
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