Saturday, July 23, 2016

Meritocracia? O Paradoxo de Mises

Meritocracia é a crença de que os achievements individuais podem ser objetivamente comparados e hierarquizados de tal forma a facilitar a escolha e seleção de pessoas para ocupar um emprego, obter uma promoção e desenvolver uma carreira profissional de sucesso. Supõe-se que a meritocracia exista efetivamente em algumas áreas, como as universidades Americanas e Européias. Ora, o caso de Ludwig von Mises mostra que meritocracia é uma crença, uma quimera. Mises nunca conseguiu obter uma posição de full professor com tenure na nativa Austria ou nos EUA. Mises não é apenas um dos maiores economistas do século XX, ele é um dos maiores pensadores do séc. XX. Como explicar que seu colega de turma Schumpeter fosse o bambambam de Harvard, que os pupilos de Mises, Machlup, Haberler e Hayek ganharam apontamentos de full professor em grandes universidades quando tinham 30 e poucos anos, e para ele nada se concretizou? Após muito debate e discussão concluiram que Mises nunca foi bem sucedido por 3 motivos: Mises 1) era conservador; 2) era Judeu; 3) era obnóxio. O paradoxo de Mises envolve os dois primeiros motivos: Na Austria todos os conservadores eram anti-semitas e todos os Judeus que poderiam suportar seu apontamento universitário eram comunistas. Nos EUA no pós-guerra o anti-semitismo universitário ainda era forte, fato exemplificado pelo caso de Samuelson, que não foi contratado por Harvard, apesar de ser um rising star e seu estudante mais brilhante. Mas o enigma de Mises tem ainda o elemento 3) sua personalidade forte, inflexível, doutrinária; Mises tomava ofensa facilmente e considerava corretamente que todos os inimigos da Liberdade são canalhas. Se a ‘meritocracia’ falhou com Mises, pior para ela.​

1 comment:

André Coppola said...

Olá, vc poderia esclarecer o item 3?
Ele era mesmo obnóxio, ou ficou faltando um não?