Tuesday, December 13, 2016
O Ápice da Esbórnia: O Padre Judeu, Cavaliere Casanova e o Kappellmeister Mozart
Aparentemente Mozart nunca encontrou o jovem Beethoven, que sonhava ser seu aluno, nem o velho Voltaire, que Mozart chamava de velho maroto, o arqui-inimigo de Deus. Mas em 1787 Mozart encontrou Casanova, o explosivo e irritadiço Rocco Siffredi ancião de Veneza, graças a Lorenzo da Ponte, seu co-autor libretista. Lorenzo nasceu Judeu, Emanuele Conegliano, mas seu pai se converteu, e Emanuele mudou de nome e acabou sendo ordenado padre católico [logo depois foi banido de Veneza por dirigir um bordel]. Aos 38, já banguela, Lorenzo numa linda manhã de outono em Praga convocou Mozart para a esbórnia. Mozart disse para a mulher que ia na esquina comprar um maço de continental sem filtro. Num boteco eles encontraram por acidente Casanova tomando uma 51, pois como sempre estava sem dinheiro, que se juntou a eles. Passaram dias na putaria enchendo os cornos de vinho, punch e da melhor pilsner do cosmos. No meio da bebedeira Lorenzo teve um insight. Vamos escrever a estória de Casanova, de um pícaro que come todo mundo. E assim nasceu uma das melhores óperas de todos os tempos, Don Giovanni. Casanova contribuiu com a aria de Leporello no segundo ato.
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