Wednesday, December 28, 2016
Da Vinci, Freud e a Cultura Moderna em Matthew Arnold
Num livrinho curioso sobre Leonardo da Vinci, Freud afirma que o Fred Mercury da Renascença era uma bichona recatada. Freud estava errado, comparado a Leonardo da Vinci George Michael era uma freira virgem de convento Carmelita. Para Freud, da Vinci sublimou [ou melhor, reprimiu] seu bumbum guloso pelo poderoso instinto de sede de conhecimento universal, das artes `as ciências naturais, da fisiologia `a engenharia. Matthew Arnold, famoso poeta vitoriano, era também um pensador original. Num ensaio sobre Hebraísmo e Helenismo, Arnold iguala Helenismo a sede de conhecimento, a inteligência, e o Hebraismo a obediência. Esses dois pilares da civilização moderna vivem em conflito, substituindo um ao outro. O cristianismo desterrou o Helenismo há dois mil anos, depois o Helenismo, revivido pela renascença, infiltrou e corrompeu a igreja medieval; daí veio a reforma protestante, uma expressão do Hebraismo, que aparece como reação `a malemolência dos costumes proporcionada pela renascença. Finalmente surge a ciência moderna, outra manifestação do Helenismo. Caso Freud estivesse certo sobre a vida sexual de Leonardo e se ao invés de explicá-la por uma obscura disposição infantil tivesse argumentado que sua supressão dos instintos resultava do arcabouço moral do cristianismo, então Leonardo seria a personificação da civilização ocidental.
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