Tuesday, December 30, 2014

Monteiro Lobato, Euclides da Cunha e a Censura da Nova Ministra Analfabeta


O governo do PT é um circo. Dilma ficou limitada a convocar como ministros apenas os que ainda não foram condenados ou  aqueles que foram  condenados na justiça a menos de 15 anos de prisão. O número de candidatos é então bem reduzido. Por exemplo, ela teve que nomear como ministra uma analfabeta que considera Monteiro Lobato racista e o censurou. É analfabeta porque se Monteiro Lobato é racista então ela também tinha que ter censurado Euclides da Cunha. Os brasileiros que se consideram intelectuais, caracterizados pela cultura  infinitesimal inversamente proporcional a arrogância, ouviram falar em Euclides da Cunha pela expressão “o sertanejo é antes de tudo um forte”. No Os Sertões Euclides regurgita todas as teorias racistas européias de seu tempo para caracterizar os sertanejos como uma sub-raça inferior. Ele escreve dezenas de páginas sobre suas características físicas e mentais. Segue aqui uma pequena amostra do Capítulo II da parte O Homem:

1.       “A mistura de raças mui diversas é, na maioria dos casos, prejudicial (…) a mestiçagem extremada é um retrocesso”

2.       “O indo-europeu, o negro e o brasílio-guarani ou o tapuia, exprimem estágios evolutivos que se fronteiam, e o cruzamento, sobre obliterar as qualidades preeminentes do primeiro, é um estimulante `a revivescência os atributos primitivos dos últimos. De sorte que o mestiço é, quase sempre, um desequilibrado”.

3.       “E o mestiço – mulato, mamaluco ou cafuz -, menos que um intermediário, é um decaído, sem a energia física dos ascendentes selvagens, sem a atitude intelectual dos ancestrais superiores. Contrastando com a fecundidade que acaso possua, ele revela casos de hibridez moral extraordinários: espíritos fulgurantes, `as vezes, mas frágeis, irrequietos, inconstantes, deslumbrando um momento e extinguindo-se prestes, feridos pela fatalidade das leis biológicas, chumbados ao plano inferior da raça menos favorecida”.

4.       “É que nessa concorrência admirável dos povos, evolvendo todos em luta sem trégua, na qual a selecão capitaliza atributos que a hereditariedade conserva, o mestiço é um intruso”.

5.       “O mulato despreza então, irresistivelmente, o negro e procura com uma tenacidade ansiosíssima cruzamentos que apaguem na sua prole o estigma da fronte escurecida”.

Há uma miríade de tolices racistas pseudo-científicas em Euclides da Cunha, mas nem por isso seu clássico deve ser censurado. Pelo contrário, deve ser lido para que ao menos as novas gerações de analfabetos brasileiros tenham alguma noção de que é possível escrever bem usando a capenga, confusa e verbosa língua portuguesa.

 

2 comments:

Anonymous said...

E esse, era ou não racista?

https://perspectivabr.wordpress.com/2007/11/16/o-racismo-de-che-guevara/

samuel said...

Euclides era um gênio! Já tinha descrito aquelas qualidades preponderantes no político nordestino epitomeado por LULA, kkkk