Friday, February 2, 2018

Craques Eternos do SB: Adolpho Milman, o Russo

No Brasil qualquer sarará alvissareiro de cabeleira pixaim afro oxigenada é chamado, necessariamente, de Russo. Poucos sabem que um dos maiores craques do futebol Brasileiro era russo: Adolpho Milman. Nasceu em 1915 no Afeganistão, então província do império dos Romanovs. Em Yidiche Milman é uma corruptela de Miller, moleiro, mas no império russo designava padeiro. Sua família, como a de Clarice Lispector, fugiu para a selva devido a Revolução Bolchevique. Foi criado em Pelotas e iniciou sua carreira juvenil no Lobão, sendo o único jogador da história do clube familiarizado com a redondabilidade da pelota. Chegou no Fluminense, exclusivo bastião do mérito e excelência do país, com 18 anos e, evidentemente, seu talento floresceu. Formou o mitológico ataque tricolor com Pedro Amorim, Romeu e Tim, 5 vezes campeão do mundo [campeonato carioca] em 6 temporadas: 1936-1941. Fez parte do maior jogo dos anais do futebol universal, o Fla-Flu da Lagoa que decidiu o campeonato de 1941. O Flamengo tinha o pacífico Yustrich no gol e Pirillo no ataque [Leônidas não jogou]. Pirillo, como bom desportista e marginal representativo do Mengão, quebrou a clavícola de Batatais, arqueiro tricolor e da canarinho [que então jogava de branco]. O Flu fez dois a zero, um gol de Russo, e jogava pro empate. No segundo tempo a comissão de arbitragem da CBD entrou em campo e empatou a peleja e, para colocar a cereja rubra e negra no bolo, expulsou um jogador do Flu. O mais querido pressionava com a tática Jean Aero Wyllys, i.e., atacava desenfreado com o faminto bumbum guloso mordiscando, insaciável, as bolas. Os desinquietos jogadores do Flu, avessos a boiolagem, começaram a bicar a gorduchinha para a Lagoa. O Urubu desesperado despachava seus remadores para resgata-las na casa do caralho aquático. Apesar da fanfarra e roubalheira adversária, o Flu garantiu mais um campeonato na casa da mulambada. Russo marcou 154 gols em 249 jogos, sendo um dos maiores artilheiros do Fluminense. Foi supervisor da seleção e montou o esquadrão campeão do mundo em 1970, mas saiu antes da copa por causa do comunista botafoguense [redundância] João Saldanha.

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