Thursday, July 23, 2015

Universidade Pública Deve Ser Grátis Para Quem Pode Pagar?

Falam de ajuste fiscal na selva e ignoram as formas elementares de realiza-lo e os ganhos de bem estar associados. Como reduzir custos e distorções, aumentar a eficiência do setor público e o bem estar da população? Segue um artigo autorado por Eduardo Azevedo e Pablo Salgado publicado na Revista Brasileira de Economia em 2012 que ilustra uma solução simples e factível: O governo brasileiro oferece anualmente mais de um milhão de vagas em universidades públicas e gratuitas. Entretanto, a educação superior no Brasil é altamente progressiva. Neste artigo estudamos como a cobrança pela educação pública de alunos com elevada renda altera o equilíbrio no mercado de educação superior. Tal taxa encoraja alunos mais ricos a buscar a educação particular e aumenta o acesso de alunos carentes às universidades públicas. Mostramos que uma pequena taxa cobrada gera ganhos de bem-estar com uma cota inferior de cerca de R$100.000 por aluno carente extra atendido pelo sistema público.

1 comment:

André Costa said...

Li o artigo e achei muito interessante. Não entendi detalhes do modelo matemático, mas concordo com as conclusões, basicamente as mesmas que cheguei após 20 anos de obervações e estudos sobre a universidade brasileira. O fato de existir um sistema estatal falsamente gratuito, ou pelo menos gratuito ao beneficiário direto, impede o aparecimento de um mercado privado com ambição de qualidade. Então, o nível do ensino superior é controlado apenas pelo Estado, por pior que seja a universidade estatal, a universidade privada será sempre pior, pois atrai apenas os que não conseguem entrar na pública e, mesmo assim, se dispõe apenas a pagar pouco, uma vez que podem tentar o vestibular (agora ENEM) todo ano. O mesmo vale para os professores e pesquisadores, que têm salário relativamente bom e os privilégios de servidor público na universidade estatal e, assim, não têm incentivos para trabalhar no sistema privado.