O Ulysses Guimarães da Dilma

Há figuras tão toscas na história da selva que apesar de terem exercido enorme poder em vida, tão logo morrem vão direto para a lata de lixo da história e ninguém mais fala ou lembra delas. Ulysses Guimarães era uma dessas figuras. Ulysses era o capo do PMDB e mandava e desmandava no governo de seu laranja, José Sarney. Entre outras contribuições seminais do “doutor” Ulysses para fazer do Brasil um lugar infinitamente mais merda do que é está a constituição cidadã, indiscutivelmente uma das piores constituições de todos os tempos. Para quem lembra, Ulysses chefiava o governo Sarney, mas dado que tudo o que fazia dava errado, o governo Sarney era simplesmente horrível, abaixo da crítica; Ulysses como todo politico brasileiro se achava um gênio da cocada preta, e ao mesmo tempo em que mandava no governo, comandava a oposição, tentando se beneficiar de ambos os lados. Tal duplicidade, de um lado sugando o governo e do outro sabotando-o, é considerada pelos “analistas políticos” como sinal de inteligência política e se tornou o blueprint para toda a canalha que veio depois de Ulysses. A suprema ironia atual é que Sarney está no lugar certo para ser o Ulysses do governo Dilma:
Já não dá mais para esconder que Dilma perdeu o controle da situação no Congresso Nacional e agora sofre uma derrota atrás da outra. A turma de Sarney, Renan e companhia bela resolveu comprar a briga e pagar para ver, depois que o novo líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM) anunciou ter "chegado o momento de novas práticas políticas".