Um país que evoluiu da oca e senzala ao abismo, barbárie e caos, sem ter experimentado a civilização
Friday, June 14, 2019
A Deleitosa Diabrura de Dostoievski e o Telúrico TeleJebaScópio de Turgenev
“Dona Rosinha, qual o nome do instrumento usado para ver a lua de perto?”, “Uma jeba”, “Não Dona Rosinha, o nome do instrumento termina em scópio”. “Ah, já sei, Jebascópio!”, “Ok, última chance Dona Rosinha, o nome do instrumento começa com Tele e termina com Scópio”, “Agora está facil! trata-se de um TeleJebaScópio!”. Curiosamente, essa piada contada pelo Casseta & Planeta tem sua origem num diálogo entre Dostoievski e Turgenev. Em 1867 em Baden Baden, Dostoievski apareceu na casa de Turgenev na hora do almoço sem avisar, provavelmente para filar o rango e pedir uma grana emprestada para passar a tarde na jogatina. A conversa começou bem mas logo desbancou para a baixaria, como sempre acontecia: “Você devia arrumar um telescópio Ivan Sergeevich”, disse Dostoievski. “Um telescópio?” inquiriu Turgenev. “Sim, um telescópio para mirar e enxergar a Rússia daqui. Talvez, assim, você não ache tão difícil de nos ver”. Apesar da fleugma, o aristocrata Turgenev perdeu a paciência com o estourado e instável plebeu. Turgenev resolveu dar-lhe uma lição e falou da dívida da nova geração de escritores Russos com os pensadores Alemães. Dostoievski retrucou dizendo que os Alemães não passam de um bando de imbecis, trapeceiros e vigaristas. “Saiba o senhor que me considero um Alemão e não um Russo e tenho orgulho disso”. Dostoievski, emputecido, bateu a porta na sua cara e se mandou. Alambicou e descontou o seu ódio a Turgenev quatro anos depois em seu Os Demônios, do qual falarei outro dia.
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