O Galo mineiro de Minas Gerais foi mal acostumado por Ladislao Mazurkiewicz, o grande goleiro Uruguayo famoso pelo olé que levou de Pelé na semifinal da copa de 1970, que substituiu Renato que foi peruar no Flamengo. O clube achou que qualquer arqueiro nascido ao sul do Rio Grande do Norte Austral era craque. Daí, mineiramente, na calada da noite, sem ninguém saber, contratou Ortiz, um milongueiro hermano, que jogava de bermuda e camisas coloridas, com cabeleira longa oxigenada e fita de tênis no meio dos cornos, achando que era Uruguayo. Se jogasse nos dias de hoje, fizesse parte da geração do menino Neymar, em que a marra vale muito mais do que o talento, ele seria considerado uma fera. Provavelmente jogaria com chuteira neon, botaria um coquinho samurai pra segurar a cabeleira e pegaria uma dessas vagabundas profissionais que postam fotos expondo o rabão em portais da Globo. Ortiz tinha quase dois metros e mãos gigantescas, seus dedos iam além dos joelhos em postura normal. Tinha grande colocação e foi o primeiro goleiro do Brasil a fazer gols com frequência, fez 7 em 100 jogos pelo Galo. Gostava de sair jogando com a bola, e num time de perebas clássicos como Toninho Cerezo, Paulo Isidoro, Heleno, Angelo e Reinaldo, se destacava como o craque do time, dado que conseguia acertar um passe lateral de meio metro. Podemos ve-lo em ação no jogo completo contra a seleção da França, com Battiston, Tresor, Michel Platini, Bossis, e Didier Six que formou a base do grande time dos anos 80. Um dia, depois de misturar fogo paulista e Jamel, fugiu da concentração, tomou um avião pro Uruguay e nunca mais voltou. Anos depois, como bom argentino, montou uma quadrilha para alterar os jogos e fraudar a loteria esportiva.
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