Jairo foi um grande goleiro. Tinha 1 metro e 94 cms. Foi revelado pela maior escola de arqueiros da humanidade, a do Fluminense, que deu ao mundo os grandes nomes da camisa 1 como Carneiro de Mendonça [o primeiro goleiro da seleção brasileira e o maior de todos], Batatais, Castilho e Felix. Jairo era o terceiro reserva de Felix. Sem poder jogar no maior clube do Brasil foi transferido para o Coritiba onde marcou história como o jogador que mais jogou pelo Coxa. Foi campeão no Corinthians em 1977 e 79 e levou 5 gols na volta de Roberto Dinamite ao Vasco vindo de Barcelona, onde fingiu que jogou pelo Fortaleza metro. O grande Oswaldo Brandão o convocou pra canarinho e ele participou do jogo Brasil x Uruguay em 1976. O jogo tinha tudo para dar certo, no escrete brazuca jogavam Miguel, Chicão, Dinamite e Lula, atletas reconhecidos pela serenidade, sang froid e amor no coração. A peleja ficou imortalizada por um dos porradões generalizados mais lindos dos anais da bola. Tudo começou no final do jogo, numa das raríssimas vezes em que Zico honrou a amarelinha e não amarelou. Saiu do meio campo dibrando todo mundo e na entrada da área Ramirez, defensor soteropolitano da celeste, fã dos Tupamaros, tentou dividir seu rico futebol, partindo-o no meio. Rivelino, como craque, capitão e dono do time tomou as dores do galinho e, escondido atrás de Orlando Lelé, deu um soco na boca de Ramirez. Quando o jogo terminou, Ramirez correu atrás de Rivelino e o pau comeu a la kidbengala no bumbum glutão dos animais charruas. Os gauchos orientais só recuaram depois que Jairo aterrisou uma voadora de 25 metros no meio da confusão, sua jogada mais pitoresca. A pacífica malta carioca foi a loucura gritando “porrada”. Logo depois o Flamengo, clube de alto nível especialista em marginais, vendo a categoria e talento de Ramirez para o crime, covardia e delinquência o contratou a peso de ouro.
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