Ivo foi o maior jogador alemão do futebol brasileiro. Como tal era também o único alfabetizado. Dono de um futebol limpo, qual um Beckenbauer de Quaraí, batia com precisão metalúrgica, anestesiava com cuidado cirurgico e esterelizava com retidão prussiana. Começou direto no profissional sem passar pelas categorias inferiores. Seu diploma em educação física fazia um diferencial significativo no aquecimento pré-jogo. Era um volante elegante, de futebol finório; a bola nunca aplicou um Maria da Penha nele pois jogava sem a grossura inata dos conterrâneos gaúchos. Foi para o América do Rio numa transação que levou Tarciso para o Grêmio. Quer dizer, trocaram meia dúzia por seis, noves fora. Após o sucesso no Rio o Galo Mineiro de Madrid o contratou, mas ele levou pau no eletrocardiograma e não pode ser vice-campeão de nada na Espanha. Foi jogar no Palmeiras para preencher o vazio eterno deixado por Dudu. Mas foi o vazio que o preencheu. Sua carreira como boleiro e treinador é impressiva, mais de 40 anos sem qualquer título, exceto a Taça Guanabara de 1974, ganha ao lado de Flecha, Orlando Lelé e Luisinho cambalhota, que equivale, no mínimo, a dois mundiais.
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