Craques Eternos do SB: Orlando Lelé

Antes da geração mimimi criança viada de Neymar, que joga bola com chuteiras neon e vai ao cabelereiro botar coquinho samurai no cabelo pixaim, o futebol brasileiro era o maior espetáculo da terra. Parte substancial dele era composto por jogadores folclóricos e o inimitável Orlando Lelé estava na vanguarda. Orlando foi o último craque genuíno produzido pelo Santos. Ele era uma combinação convexa de todos os laterais direitos do seu tempo: tinha a estamina de Rosemiro, a visão de jogo de Zé Maria, a saúde de Getúlio, a patada de Nelinho e a precisão de Toninho pulserinha nos cruzamentos. O ponto forte de seu futebol era, todavia, o bigodão de pornstar. Bastou o peludo stache chegar junto do cangote de Julio Cesar Uri Geller para exterminar o futebol do entortador de bola. Sua maior conquista foi ajudar o Vasco a tirar a urucubaca de anos sem campeonato estadual em 1977. Terminou sua carreira dividindo o campo com gigantes do esporte como Ailton Lira e Beijoca e montando o time do Gama que viria a dominar o extraordinário futebol candango.