Wednesday, December 14, 2016

A Maestria dos Mestres: Oitavo Mundo em Hemingway e o Vazio Existencial em Bennett

Hemingway escrevia como Babe Ruth jogava baseball. Pitching hard e rebatendo com mais violência ainda. Suas sentenças, pequenas e poderosas, são homeruns da literatura. A melhor definição de subdesenvolvimento aparece nesta frase de O Sol Também se Levanta: “Bayonne is a nice town. It is like a very clean Spanish town and it is on a big river”. Notem que o very está escondido, sem ênfase, e ninguém associa a Espanha com um chiqueiro. Se Hemingway é festejado, o escritor inglês Arnold Bennett caiu no esquecimento. Mas ele é um mestre do costume britânico em irrelevar o que realmente importa. Em meio a descrições detalhadas de coisas ordinárias, aparecem veios de profundos lampejos. Considerem essa narração de vazio existencial, espalhada em duas páginas de Anna of the Five Towns: “She was lovable, but had never been loved. She would have made an admirable wife and mother, but fate had decided that this material was to be wasted, Miss Dickinson found compensation for the rigour of destiny in gossip, as innocent as indiscreet. It was said that she had a tongue.(…)Miss Dickinson smiled pleasantly. She was thirty-five years of age. Twenty of those years she had passed in a desolating routine; she had existed in the midst of life and never lived; she knew no finer joy than that which she at that moment experienced.”

1 comment:

  1. Ontem achei que estava ficando cego. Nem sei ainda se estou. Então teria PERDIDI a leitura desse post. Sensacional sacada para os amantes da boa leitura em tempos de muita conexão nessa grande lixeira digital. Congratulations de um "fã" de quase tudo que aqui é publicado (LesPaul Corvette - MAISBARULHO.BLOGSPOT aonde não público nada há mais de ano, apenas meu amigo Margranz, o administrador). Feliz Natal

    ReplyDelete