Thursday, April 7, 2011

O Que Aprendemos com a Falência de Portugal?

Que o federalismo fiscal é o preferido reduto da canalha. Imaginem se Alagoas, Maranhão e Espírito Santo fossem países independentes. Sim, você ri porque sabe que seriam ingovernáveis, que sua dívida seria explosiva e que seus políticos seriam linchados em praça pública. Pois é, é exatamente isso que acabou de acontecer com as Alagoas da Europa, Portugal, que repetiu o que acontecera com aquele espírito santo verde que só produz anões ruivos, chamados Leprechauns, e aquele Maranhão onde Sarney se chama Kostas. Essa crise, como toda crise, é um fenômeno essencial do capitalismo, ela identifica facilmente os erros cometidos, aponta claramente os culpados, permite ao eleitor melhor escolher políticos e políticas, e assim o sistema se aprimora, expurgando suas pragas, seus parasitas, seus picaretas e quejandos.

1 comment:

  1. Uma vez lendo um paper para a confecção da minha tese me desiludi completamente com essa história de federalismo fiscal. O paper, “Fiscal Federal Constitutions: Risk Sharing and Moral Hazard” de Persson e Tabellini (Econometrica 1996) mostra que, embora a princípio o federalismo fiscal pudesse ser pensado como um esquema de seguro contra choques adversos aos quais os estados membros pudessem estar sujeitos, ele também estimula a adoção de políticas que aumentam os riscos individuais.

    Esse paper previu direitinho o que aconteceria na Europa, mesmo sem citar especificamente este caso. Estados nacionais adotando políticas de alto risco fiscal e prontos pare serem socorridos pela comunidade do Euro.

    A ironia é que se desenvolveu um efeito “too small to fail”, mas quando o problema chegar na Espanha e na Itália, não vai haver dinheiro o suficiente para o resgate.

    Abraço,

    Rogê

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