Recebi e repasso o link para o novo "Texto para Discussão" de Marcos José Mendes
Prezados(as), segue link para novo texto sobre o projeto do trem bala brasileiro. As novidades desse texto são: 1) foi identificado mais um item de custo subestimado: o projeto não prevê a necessidade de substituição ou manutenção de trens, trilhos, sinalização, etc. ao longo dos 40 anos de concessão. 2) é analisada a Medida provisória que estabeleceu o mecanismo de financiamento público para o empreendimento, mostrando que as garantias a serem dadas ao Tesouro são insuficientes, o que gera alto risco de inadimplência e estatização do empreendimento. 3) estima-se em R$ 4,8 bilhões o subsídio creditício implícito no financiamento do BNDES, decorrente da diferença entre as taxas selic e tjlp 4) argumenta-se que o possível subsídio de R$ 5 bilhões em caso de insuficiência de demanda, previsto em Medida Provisória, não é um mero seguro para lidar com situação inesperada, e sim uma despesa quase certa, pois as regras do leilão estimulam os participantes a superestimar a demanda, de modo a garantir o recebimento do subsídio. 4) são apresentadas evidências internacionais de que os governos sempre entram com fortes subsídios à construção ou à manutenção dos trens de alta velocidade, inexistindo casos de empreendimentos sustentáveis apenas com capital privado. Casos de falência e estatização também são corriqueiros 5) faz-se um exercício de criação de cenários para estimar o valor presente do custo do empreendimento para o Erário. Na hipótese mais otimista o custo seria de R$ 14,6 bilhões e na mais pessimista seria de R$ 36,4 bilhões 6) argumenta-se que o projeto conflita com a política macroeconômica do novo governo, que indicou sua intenção de promover ajuste fiscal e de aumentar a competitividade das exportações. O projeto também contraria a política redistributiva de oportunidades e renda, ao concentrar recursos em um empreendimento que atenderá a elite econômica do país 7) são questionados os pretensos benefícios do projetos, apresentado-se contra-argumentos e possíveis externalidades negativas, indicando-se a necessidade de os defensores do projeto apresentarem estudos mais detalhados acerca dos reais benefícios da obra. Att, Marcos Mendes http://www.senado.gov.br/senado/conleg/textos_discussao/NOVOS%20TEXTOS/Texto82-Marcos%20Mendes.pdf
Recebi e repasso o link para o novo "Texto para Discussão" de Marcos José Mendes
ReplyDeletePrezados(as), segue link para novo texto sobre o projeto do trem bala brasileiro. As novidades desse texto são:
1) foi identificado mais um item de custo subestimado: o projeto não prevê a necessidade de substituição ou manutenção de trens, trilhos, sinalização, etc. ao longo dos 40 anos de concessão.
2) é analisada a Medida provisória que estabeleceu o mecanismo de financiamento público para o empreendimento, mostrando que as garantias a serem dadas ao Tesouro são insuficientes, o que gera alto risco de inadimplência e estatização do empreendimento.
3) estima-se em R$ 4,8 bilhões o subsídio creditício implícito no financiamento do BNDES, decorrente da diferença entre as taxas selic e tjlp
4) argumenta-se que o possível subsídio de R$ 5 bilhões em caso de insuficiência de demanda, previsto em Medida Provisória, não é um mero seguro para lidar com situação inesperada, e sim uma despesa quase certa, pois as regras do leilão estimulam os participantes a superestimar a demanda, de modo a garantir o recebimento do subsídio.
4) são apresentadas evidências internacionais de que os governos sempre entram com fortes subsídios à construção ou à manutenção dos trens de alta velocidade, inexistindo casos de empreendimentos sustentáveis apenas com capital privado. Casos de falência e estatização também são corriqueiros
5) faz-se um exercício de criação de cenários para estimar o valor presente do custo do empreendimento para o Erário. Na hipótese mais otimista o custo seria de R$ 14,6 bilhões e na mais pessimista seria de R$ 36,4 bilhões
6) argumenta-se que o projeto conflita com a política macroeconômica do novo governo, que indicou sua intenção de promover ajuste fiscal e de aumentar a competitividade das exportações. O projeto também contraria a política redistributiva de oportunidades e renda, ao concentrar recursos em um empreendimento que atenderá a elite econômica do país
7) são questionados os pretensos benefícios do projetos, apresentado-se contra-argumentos e possíveis externalidades negativas, indicando-se a necessidade de os defensores do projeto apresentarem estudos mais detalhados acerca dos reais benefícios da obra.
Att, Marcos Mendes
http://www.senado.gov.br/senado/conleg/textos_discussao/NOVOS%20TEXTOS/Texto82-Marcos%20Mendes.pdf