Não é a toa que no Brasil empresário é sinônimo de bandido. Existe algum milionário na selva cuja fortuna não derive de suas ligações com o poder? Considerem este empresário de porta de cadeia que enriqueceu com o PT no governo: Conhecido como Bené, o jovem empresário brasiliense Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, de 34 anos, ficou rico no governo do PT e, discretamente, tornou-se uma espécie de filantropo do comitê de Dilma. Encarregado de cuidar das finanças e da logística da megaestrutura montada em Brasília para servir à pré-campanha petista, o empresário participou até das negociações com os arapongas contratados pelo comitê para produzir dossiês contra adversários de Dilma.
O empresário chegou à campanha pelas mãos do núcleo mineiro do comitê petista, capitaneado pelo ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel. Até semana passada, ele vinha trabalhando ao lado do jornalista Luiz Lanzetta, afastado da campanha após aparecer como pivô da estratégia de organizar um bureau de espionagem no comitê do PT. A história de Benedito é um caso de sucesso em negócios com o poder público. Desde 2004, as duas principais empresas de sua família, a Dialog e a Gráfica Brasil, faturaram R$ 214,4 milhões em contratos com o governo federal. Para garantir contratos tão volumosos, as duas empresas têm recorrido a um procedimento condenado pelo Tribunal de Contas da União (TCU): primeiro elas apresentam propostas abaixo do valor de mercado e, depois de vencida a disputa, se utilizam de uma brecha na lei de licitações para obter contratos em outros órgãos sem necessidade de nova licitação.
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