Olavo de Carvalho escreve um artigo certeiro e penetrante sobre o perigo do politicamente correto: "Obsessivamente devotados aos fronts mais materiais e vistosos da luta anticomunista – a defesa da economia de mercado e das instituições democráticas formais –, os liberais e conservadores em geral não deram a mínima atenção a esse aspecto da luta cultural, chegando mesmo a fazer troça do “politicamente correto” como se fosse apenas uma extravagância inofensiva e passageira, denunciando como paranóico alarmista quem quer que visse aí alguma ameaça real. Como sempre acontece em tais circunstâncias, a afetação de superioridade serviu apenas para mascarar a fragilidade inerme da vítima que nega o perigo por medo de enfrentá-lo e assim deixa que ele cresça até o ponto em que toda veleidade de combatê-lo já se tornou inútil.
Hoje em dia, o controle esquerdista do vocabulário é um fato consumado, e aqueles que riam dele vinte anos atrás são os primeiros a submeter-se à autoridade postiça que prescreve limites à sua liberdade não só de expressão, mas até de pensamento".
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