Olavo de Carvalho critica, com sua habitual lucidez, a educação brasileira. Aproveita e tece considerações penetrantes sobre a realidade da nossa cultura [ou, melhor, falta dela]: "O Brasil era um país luminoso, capaz, consciente de si, empenhado em compreender-se e compreender o mundo. Agora temos o quê? Fora os sobreviventes nonagenários e centenários, dos quais não se pode exigir que repitam as glórias do passado, é tudo uma miséria só, uma fraqueza, a obscuridade turva do pensamento, a paralisia covarde da imaginação e a impotência da linguagem. "Cultura", hoje, é rap, funk e camisinhas, "educação" é treinar as crianças para shows de drag queens ou -- caso faltem aos pimpolhos as requeridas aptidões gays -- para a invasão de fazendas, "pensamento" é xingar os EUA no Fórum Social Mundial, e "debate nacional" é a mídia competindo com a máquina estatal de propaganda para ver quem pinta a imagem mais linda do sr. presidente da República. Nesse ambiente, em que poderia consistir a "ciência" senão em imprimir cada vez mais irrelevâncias subsidiadas?
Será possível que todas essas quedas, paralelas no tempo e iguais em velocidade, tenham sido fenômenos autônomos, separados, casuais, sem conexão uns com os outros? Ou, ao contrário, compõem solidariamente, como efeitos de um mesmo processo causal geral, o quadro unitário da autodestruição da inteligência nacional?"
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2 comments:
Excelente artigo. SB vem fazendo um ótimo trabalho, divulgando boas e más idéias, ajudando-nos a separar o joio do trigo. De fato, hoje quem vive de Cultura sem uma ajuda providencial do Governo (Federal, municipal e estatal). Até a IVete Sangalo vive as custas da grana pública, puxando multidões que, sem saber que pagam a conta, vão fora do cordão.
http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2010/02/02/estudante+e+obrigado+a+beber+alcool+combustivel+durante+trote+em+universidade+9384147.html
A propósito, esse grande exemplo do ensino superior na selva (olha o link acima) merece um comentário.
Abraço
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