Plágio da Reitora da USP

Para variar o Blog Ciência Brasil presta um serviço inestimável acompanhando esse caso de perto. O SB já dissertou aqui sobre a picaretagem generalizada nas áreas de ciências, em particular, nas de ciências biológicas. É um problema estrutural, que não vai acabar tão cedo. Um dos fatores principais é exatamente o número exagerado de autores por paper. Geralmente uma dezena. Isso é absolutamente ridículo, pois quando há um batalhão de autores ou ninguém é autor, ou, se há, os outros que assinam o artigo são, necessariamente, free riders. Ambas as alternativas são péssimas: Se ninguém é o responsável direto pelo paper, então se há erros e picaretagem, como plágio, fica difícil para os autores se monitorarem e, mais difícil ainda para avaliadores externos culparem alguém pelo crime. Se há responsáveis pelo paper, como os primeiros autores que geralmente ganham mais crédito por ele, então isso significa que há free riders. Autores que assinam o paper simplesmente porque fazem parte de um grupo de pesquisa, mas cuja colaboração direta para o artigo em questão é mínima ou nula. Como vêem, em ambos os casos o problema é sério, estrutural, e a única forma de minimizá-lo é mudar a prática científica dessas áreas evitando que um grupo grande de pessoas assine um artigo científico.