Um país que evoluiu da oca e senzala ao abismo, barbárie e caos, sem ter experimentado a civilização
Sunday, December 31, 2006
Saturday, December 30, 2006
Saddam Enforcado
A vendetta de Bush chega ao fim: Saddam enforcado. Talvez o mundo melhorasse se esse fosse o destino de todos os ditadores.
Friday, December 29, 2006
Justiça e Abuso de Poder
A justiça é mais efetiva quando as instituições protegem os indivíduos contra o Estado. Este caso da North Carolina bar contra o District Attorney Mike Nifong ilustra perfeitamente esse ponto.
Thursday, December 28, 2006
Orwell e Hayek
No prólogo da edição americana de 1975 de O Caminho da Servidão, Hayek agradece a amabilidade de George Orwell em rever o seu livro. A review está aqui. Nela Orwell conclui que "Capitalism leads to dole queues, the scramble for markets, and war. Collectivism leads to concentration camps, leader worship, and war. There is no way out of this unless a planned economy can somehow be combined with the freedom of the intellect, which can only happen if the concept of right and wrong is restored to politics". Aparentemente Orwell não entendeu o argumento Hayekiano.
Trabalho Escravo
"O Ministério do Trabalho divulgou a nova atualização do cadastro de empregadores acusados de utilizar mão-de-obra em situação análoga à de escravos. São 170 empregadores, pessoas físicas e jurídicas, flagrados cometendo esse crime em 13 Estados. O Pará lidera a lista do ministério, com 35,5% do total dos casos". Leia o resto aqui.
Wednesday, December 27, 2006
The Blog Mob
O Wall Street Journal tem um editorial interessante criticando os blogs. Gostei da seguinte passagem: "Mobs are exciting. People also like validation of what they already believe; the Internet, like all free markets, has a way of gratifying the mediocrity of the masses".
Tuesday, December 26, 2006
Um País se faz com Homens e Livros
Monteiro Lobato está certo: Um país se faz com homens e livros. E a selva se faz com picaretas e tacapes. A completa aversão dos brasileiros aos livros explica em grande parte nossa selvajaria. Veja, por exemplo, um comentário de Tyler Cowen sobre sua recente visita a jungle: "I had to wait four hours for a connecting flight from Sao Paulo to Rio. I saw hundreds of Brazilians waiting for different flights (have I mentioned that infrastructure is terrible?), but not once did I see anyone reading a book”.
Sunday, December 24, 2006
Teoria dos Jogos, Economia Política e Guerra e Paz
Um interessante artigo de um influente cientista político, Bruce Bueno de Mesquita. No artigo publicado na American Political Science Review Bueno de Mesquita mostra como a teoria dos jogos e a economia política contribuem para o conhecimento dos conflitos entre nações.
Obscuridade = Profundidade ?
Muito bom o artigo de Russel Jacoby sobre Hannah Arendt . Mostra que o jabazão heideggeriano regurgitado em algumas obras de Arendt não tem substância. E finaliza com "sua obra consiste de tomos confusos influenciados pelo jargão existencialista. Ela é celebrizada hoje porque todos as nossas celebridades estão cerceadas e neutralizadas. Certa vez, Isaiah Berlin comentou - ele era bastante cauteloso para fazer comentários impressos - que Arendt foi a mais superestimada filósofa do século. Berlin devia saber. Mesmo se compartilha a honra, poderia estar parcialmente correto".
TCU Condenou 634 Ex-Prefeitos
Uma instituição pública parece cumprir o seu dever. Em 2006 o "Tribunal de Contas da União (TCU) condenou 634 ex-prefeitos a devolverem recursos aos cofres públicos por conta de mau uso ou falta de comprovação da utilização de verbas É um número impressionante. Desde 1º de janeiro, o TCU tem a média de 1,7 condenação de ex-prefeito por dia".
Bomba no Metrô Paulista
Uma bomba explodiu no metrô de São Paulo e ninguém se preocupa? Será que vão esperar por uma explosão que cause centenas de vítimas?
Saturday, December 23, 2006
Diogo Mainardi, Porcentagens lulistas
Seguem alguns parágrafos do artigo do Diogo Mainardi na Veja, Porcentagens Lulistas. Ah, antes que eu me esqueça, feliz natal.
"Outra pesquisa do Ibope indicou que 75% dos
brasileiros podem ser considerados analfabetos,
demonstrando incapacidade para compreender um
enunciado simples. Na pesquisa anterior, o porcentual
era ligeiramente maior: 76%. A escrita foi introduzida
no Brasil há mais de 500 anos. Logo conseguiremos
dominá-la.
Ao mesmo tempo em que 75% dos brasileiros podem ser
considerados analfabetos, 84% declararam estar
satisfeitos ou muito satisfeitos com a qualidade do
ensino público. 75% dos pais e alunos pediram apenas
uma mudança no currículo escolar: o ensinamento do
criacionismo no lugar do darwinismo.
O Ibope mostrou também que 96% dos brasileiros
desconheciam o significado do termo holocausto. 37%
declararam repudiar a idéia de ter um vizinho judeu. O
número só foi inferior aos que disseram repudiar a
idéia de ter um vizinho cigano 51%".
"Outra pesquisa do Ibope indicou que 75% dos
brasileiros podem ser considerados analfabetos,
demonstrando incapacidade para compreender um
enunciado simples. Na pesquisa anterior, o porcentual
era ligeiramente maior: 76%. A escrita foi introduzida
no Brasil há mais de 500 anos. Logo conseguiremos
dominá-la.
Ao mesmo tempo em que 75% dos brasileiros podem ser
considerados analfabetos, 84% declararam estar
satisfeitos ou muito satisfeitos com a qualidade do
ensino público. 75% dos pais e alunos pediram apenas
uma mudança no currículo escolar: o ensinamento do
criacionismo no lugar do darwinismo.
O Ibope mostrou também que 96% dos brasileiros
desconheciam o significado do termo holocausto. 37%
declararam repudiar a idéia de ter um vizinho judeu. O
número só foi inferior aos que disseram repudiar a
idéia de ter um vizinho cigano 51%".
Blogs
O De Gustibus [pô é mais fácil dizer Shikida] está com uma série de posts importantes sobre a crise nos aeroportos. O Filisteu descobriu um tesouro, os podcasts do Econtalk com entrevistas com grandes economistas. O Econtalk agora está nos links.
Bresser Pereira e o Nobel a Edmund Phelps
Bresser Pereira no Valor Economico disse: "A escolha segue a regra do Nobel, que premia trabalhos irrelevantes. Infelizmente, não é irrelevante para nós, de países em desenvolvimento, pois costumam ser premiados modelos que depois aplicam em cima de nós, mas que não são seguidos nos seus próprios países. Os americanos não aplicam as teorias que economistas como Phelps e [Milton] Friedman formulam".
Alguém quer comentar sobre respeito e honestidade intelectual?
Alguém quer comentar sobre respeito e honestidade intelectual?
Friday, December 22, 2006
The Abundance of Your Wisdom Makes You Lazy
Se você está de saco cheio das pessoas que se acham autoridades em assuntos religiosos, nada melhor do que ler o diálogo de Platão Euthyphro. Nesse diálogo Socrates desmonta o argumento de Euthyphro de que ele tenha um conhecimento religioso exato da distinção entre virtude e pecado.
Thursday, December 21, 2006
Natal Halal
"Yesterday the Brussels judiciary searched the offices of the Muslim Executive of Belgium (MEB). The MEB is an official organisation, whose 17 members are democratically elected by the Belgian Muslims. It acts as the official representative of the Belgian Muslims and distributes the government subsidies to support the Islamic religion. At least 33,000 euros have disappeared from the books of the MEB. Last week, the MEB offices were also searched after it was discovered that the MEB transferred money to the bank account of Nizar Trabelsi, a convicted terrorist who is serving a prison sentence of ten years for an attempt to bomb an American military base.
According to the MEB the money was given to Trabelsi for humanitarian reasons. The MEB said he needed to buy additional food and drink in prison".
Veja mais noticias da EurAbia aqui.
According to the MEB the money was given to Trabelsi for humanitarian reasons. The MEB said he needed to buy additional food and drink in prison".
Veja mais noticias da EurAbia aqui.
O Atraso Brasileiro: Rent Seeking
Segundo Fernando Zanella, Robert Ekelund e David Laband em seu paper Monarchy, Monopoly and Mercantilism: Brazil Versus the United States in the 1800s,Public Choice (2003),116,381-398, o atraso do Brasil em relação aos EUA se deve a "specific political and economic structures to help explain the success and persistence of monopoly restrictions in Brazil and the failure of internal mercantilism in the U.S. We conclude that Brazilian institutions provided a ripe and efficient environment for rent seeking. Such conditions did not exist in the U.S., a fact that helped produce the vast difference in growth in the 1800s".
O Brasil Visto por Oliveira Viana e Paulo Prado
A professora Maria Emilia Prado, em um excelente artigo publicado na revista Intellectus, resume duas obras importantes sobre o Brasil: Oliveira Vianna, Populações Meridionais do Brasil e Paulo Prado, Retrato do Brasil, Ensaio sobre a Tristeza Brasileira.
Em 1920 Oliveira Vianna expressou pela primeira vez o dilema do liberalismo no Brasil. Não existe um sistema político liberal, sem uma sociedade liberal. Isso se deve ao “regime de clã, como base da nossa organização social, (...) dada a inexistência, ou a insuficiência de instituições sociais tutelares e a extrema miserabilidade de nossas classes inferiores". Esse regime patriarcal ocasiona a "Despreocupação do interesse coletivo, ausência de espírito público, de espírito do bem comum, de sentimento de solidariedade comunal e coletiva, carência das instituições corporativas em prol do interesse do ‘lugar’, da ‘vila’, da ‘cidade’".
Para Paulo Prado,"A melancolia dos abusos venéreos e a melancolia dos que vivem na idéia fixa do enriquecimento - no absorto sem finalidade dessas paixões insaciáveis -são vincos fundos na nossa psique racial". Essa "tristeza era o traço definidor do caráter brasileiro. Na realidade, pode-se compreender essa tristeza não apenas como sendo um estado d’alma, mas sim a representação da ausência, na sociedade brasileira, do espírito empreendedor que caracterizava os povos anglo-saxões". Os desmandos da luxuria e da cobiça "desenvolveram-se no desenfreamento do mais anárquico e desordenado individualismo". A visão pessimista de Prado conclui que "Apesar da aparência de civilização, vivemos assim isolados, cegos e imóveis,dentro da própria mediocridade em que se comprazem governantes e governados".
Em 1920 Oliveira Vianna expressou pela primeira vez o dilema do liberalismo no Brasil. Não existe um sistema político liberal, sem uma sociedade liberal. Isso se deve ao “regime de clã, como base da nossa organização social, (...) dada a inexistência, ou a insuficiência de instituições sociais tutelares e a extrema miserabilidade de nossas classes inferiores". Esse regime patriarcal ocasiona a "Despreocupação do interesse coletivo, ausência de espírito público, de espírito do bem comum, de sentimento de solidariedade comunal e coletiva, carência das instituições corporativas em prol do interesse do ‘lugar’, da ‘vila’, da ‘cidade’".
Para Paulo Prado,"A melancolia dos abusos venéreos e a melancolia dos que vivem na idéia fixa do enriquecimento - no absorto sem finalidade dessas paixões insaciáveis -são vincos fundos na nossa psique racial". Essa "tristeza era o traço definidor do caráter brasileiro. Na realidade, pode-se compreender essa tristeza não apenas como sendo um estado d’alma, mas sim a representação da ausência, na sociedade brasileira, do espírito empreendedor que caracterizava os povos anglo-saxões". Os desmandos da luxuria e da cobiça "desenvolveram-se no desenfreamento do mais anárquico e desordenado individualismo". A visão pessimista de Prado conclui que "Apesar da aparência de civilização, vivemos assim isolados, cegos e imóveis,dentro da própria mediocridade em que se comprazem governantes e governados".
O Incino na Selva
"A qualidade da educação no Brasil está entre as três piores do globo", veja o resto da reportagem do Globo aqui.
Dívida Interna e Superávit Primário
No Estado São Paulo:"O montante da dívida pode até ser considerado pequeno em comparação com outros países: porém, ela é muito cara em termos de juros pagos e, principalmente, é de curtíssimo prazo. Com uma taxa de juros real de, pelo menos, 10%, essa dívida transfere para os investidores recursos que poderiam ser aplicados em favor do crescimento".
Warne Vai Aposentar
Shane Warne um dos melhores bowlers de todos os tempos vai aposentar. Seus problemas fora de campo envolvendo apostas ilegais, bebida e mulheres, deram-lhe o apelido de Shame Warne.
Wednesday, December 20, 2006
Bananas
O grande economista australiano John Quiggin reflete sobre Evelyn Waugh depois de comer uma banana:"This reminds of the story about Evelyn Waugh told (IIRC) by his son Auberon. Bananas had been unobtainable in England during the War, and Auberon and his two siblings had grown up hearing about this marvellous fruit. The first shipment after the War arrived and the government of the day (the only seriously socialist government in British history) decreed that every child in the country should have one. Waugh senior claimed his family’s allocation of three, cashed in the family ration of sugar and cream and ate the lot in front of his children".
Prescott no Blog do Mankiw
Ed Prescott diz no blog do Mankiw que: "it is welfare improving to have government debt rather than taxing the labor income of the workers and making transfers to the retirees where both policies are such that the real interest rate is 4%".
The English National Character
"English people were tremendously silent because they had nothing interesting to say". Vejam o review do livro de Peter Mandler escrita por Max Hastings.
Tuesday, December 19, 2006
Krugman Sobre Desigualdade
Sobre a America Latina, Krugman escreve: "The social and economic failure of Latin America is one of history's great tragedies. Our southern neighbors started out with natural and human resources at least as favorable for economic development as those in the United States. Yet over the course of the past two centuries, they fell steadily behind. Economic historians such as Kenneth Sokoloff of UCLA think they know why: Latin America got caught in an inequality trap. For historical reasons -- the kind of crops they grew, the elitist policies of colonial Spain -- Latin American societies started out with much more inequality than the societies of North America. But this inequality persisted, Sokoloff writes, because elites were able to "institutionalize an unequal distribution of political power" and to "use that greater influence to establish rules, laws and other government policies that advantaged members of the elite relative to non-members." Rather than making land available to small farmers, as the United States did with the Homestead Act, Latin American governments tended to give large blocks of public lands to people with the right connections. They also shortchanged basic education -- condemning millions to illiteracy. The result, Sokoloff notes, was "persistence over time of the high degree of inequality." This sharp inequality, in turn, doomed the economies of Latin America: Many talented people never got a chance to rise to their full potential, simply because they were born into the wrong class". Leia o resto aqui.
Monday, December 18, 2006
Debate Sobre o Futuro da China
Um bom debate entre Will Hutton e Meghnad Desai sobre o futuro da China. Desai salienta corretamente que: "What the most recent phase of globalisation has shown is that capitalism requires neither the Weberian Protestant ethic nor liberal democracy; any country with a decent savings rate, mass education and access to western markets can "do" capitalism".
Darwin Awards e os Alpinistas de Inverno
As TVs a cabo especializadas em notícias nos EUA estão desde ontem cobrindo a estória de 3 alpinistas que decidiram escalar o mount Hood no Oregon no meio do inverno. Um deles já foi encontrado morto. Escalar montanhas é sabidamente um esporte perigoso. Escalar montanhas no inverno é uma decisão estúpida e irresponsável, pois além de colocar as vidas dos alpinistas em risco, também coloca as vidas dos membros dos grupos de salvamento em risco. Alpinistas de inverno merecem, sem sombra de dúvida, os Darwin Awards.
Augusto dos Anjos e os Sonhos dos Selvagens
No poema O caixão fantástico, Augusto dos Anjos define os sonhos dos selvagens:
"Célere ia o caixão, e, nele, inclusas,
Cinzas, caixas cranianas, cartilagens
Oriundas, como os sonhos dos selvagens,
De aberratórias abstrações abstrusas!"
Eis um link para as obras de Augusto dos Anjos.
Pedro Sette Câmara critica Augusto dos Anjos no blog O indivíduo.
"Célere ia o caixão, e, nele, inclusas,
Cinzas, caixas cranianas, cartilagens
Oriundas, como os sonhos dos selvagens,
De aberratórias abstrações abstrusas!"
Eis um link para as obras de Augusto dos Anjos.
Pedro Sette Câmara critica Augusto dos Anjos no blog O indivíduo.
A Captura das Rendas
Um exemplo para livro texto sobre captura das rendas:Salário dos Poderes é caixa preta.
Internacional Conquista o Mundo
Grande conquista do colorado. Mostra mais uma vez que Ruinaldin gaucho é apenas midia hype, não tem substância. Claro que ele se destaca no campeonato espanhol porque é um campeonato caracterizado por um baixo nível técnico. Até o Saci Pererê seria craque se jogasse no campeonato espanhol. Por falar em Saci, é isso aí, o exército do Fernandão foi lá e conquistou o mundo, na raça, pois futebol é uma arte ainda desconhecida nos pampas.
Sunday, December 17, 2006
Saturday, December 16, 2006
10% of Britons Live Abroad
Dado muito interessante, aproximadamente um em cada 10 britânicos vive no estrangeiro. Uma alta proporção para um país desenvolvido. 23% deles vivem na Austrália, basta ir a Perth para ver isso. Curioso que o debate sobre imigração no Reino Unido sempre enfatiza que aqueles que imigram para a Grã Bretanha o fazem principalmente para usufruir do welfare state. Too much bs.
O Banqueiro Anarquista de Fernando Pessoa
Como combater a tirania do dinheiro? acumulando-o!
A lógica de Pessoa é persuasiva seu banqueiro anarquista daria aula em Viena para Mises e Hayek:
"eu só criei liberdade. Libertei um. Libertei-me a mim. É que o meu processo, que é, como lhe provei, o único verdadeiro processo anarquista, me não permitiu libertar mais. O que pude libertar, libertei".
"Eu nunca ajudei, nem ajudo, ninguém, porque isso, sendo diminuir a liberdade alheia, é também contra os meus princípios".
"Sim, que um tipo nasça para escravo, nasça naturalmente escravo, e portanto incapaz de qualquer esforço no sentido de se libertar... Mas nesse caso..., nesse caso..., que têm eles que ver com a sociedade livre, ou com a liberdade?... Se um homem nasceu para escravo, a liberdade, sendo contrária à sua índole, será para ele uma tirania"
A lógica de Pessoa é persuasiva seu banqueiro anarquista daria aula em Viena para Mises e Hayek:
"eu só criei liberdade. Libertei um. Libertei-me a mim. É que o meu processo, que é, como lhe provei, o único verdadeiro processo anarquista, me não permitiu libertar mais. O que pude libertar, libertei".
"Eu nunca ajudei, nem ajudo, ninguém, porque isso, sendo diminuir a liberdade alheia, é também contra os meus princípios".
"Sim, que um tipo nasça para escravo, nasça naturalmente escravo, e portanto incapaz de qualquer esforço no sentido de se libertar... Mas nesse caso..., nesse caso..., que têm eles que ver com a sociedade livre, ou com a liberdade?... Se um homem nasceu para escravo, a liberdade, sendo contrária à sua índole, será para ele uma tirania"
Convergência das Cidades Brasileiras
Excelente post nos Rabiscos Econômicos sobre o modelo neoclássico de crescimento aplicado `as cidades brasileiras.
Para Entender o Vegetal
Galera do vegetal agora vocês terão que entender o mineral, vem aí a maconha sintética.
Medal of Honor para B.B. King
A medalha de honra é a principal condecoração civil Americana. No discurso de entrega da medalha a King, Bush disse: "It has been said that when John Lennon was asked to name his great ambition, he said, 'to play the guitar like B.B. King. Many musicians have had that same goal but nobody has ever been able to match the skill, or copy the sound of The King of the Blues."
Friday, December 15, 2006
Purgatory, William Butler Yeats
If pleasure and remorse must both be there,
Which is the greater?
I lack schooling.
Go fetch Tertullian; he and I
Will ravel all that problem out
Whilst those two lie upon the mattress
Begetting me.
Nao consigo encontrar o texto dessa primorosa peça de Yeats online. Mas há este video no Youtube em 3 partes.
Which is the greater?
I lack schooling.
Go fetch Tertullian; he and I
Will ravel all that problem out
Whilst those two lie upon the mattress
Begetting me.
Nao consigo encontrar o texto dessa primorosa peça de Yeats online. Mas há este video no Youtube em 3 partes.
Na Veja: Por que o Brasil não cresce como a China e a Índia?
Sete ganhadores do Prêmio Nobel
de Economia dizem, em entrevistas
exclusivas a VEJA, quais são as
amarras que impedem o país de
crescer como os gigantes asiáticos
Giuliano Guandalini
Montagem sobre ilustração Sandro Castelli
A pergunta do título acima resume o tema mais instigante do debate econômico brasileiro atual. Até 1980, o Brasil ponteava entre as nações que mais cresciam no planeta. O país chegou a exibir taxas de crescimento anuais superiores a 10% – em 1973, bateu em 14%. Hoje os brasileiros amargam um dos piores desempenhos comparativos. De 1996 a 2005, China e Índia avançaram a um ritmo anual de 9% e 6%, respectivamente. No mesmo período, a média brasileira foi pouco superior a 2%, enquanto a renda per capita nacional, um dos principais indicadores do padrão de vida de uma sociedade, permanecia estagnada.
Em sua última edição, VEJA esquadrinhou, em uma reportagem especial, o espetacular momento atual da China. Em junho passado, outra reportagem de capa mostrou o despertar da Índia. Nas páginas que se seguem, sete ganhadores do Prêmio Nobel de Economia refletem, a pedido de VEJA, sobre as razões que fizeram a economia brasileira descarrilar tirando o Brasil das primeiras posições hoje ocupadas por China e Índia. Os economistas ouvidos pela revista – Paul Samuelson, James Heckman, Robert Mundell, Douglass North, Robert Solow, Gary Becker e Edward Prescott – formam o time de pensadores que colocou de pé os fundamentos da moderna ciência econômica do pós-guerra. São observadores agudos, com graus diferentes de interesse na realidade brasileira mas com a mesma curiosidade e honestidade intelectual.
Com certa razão, opiniões vindas de fora costumam ser rechaçadas sob o argumento de que quem as profere vai estar longe, protegido, portanto, dos efeitos das receitas que prescreve para os países emergentes. Não é, em absoluto, o caso aqui. Os entrevistados não oferecem receitas prontas para o Brasil. Em seus depoimentos eles se limitam a apontar as medidas, atitudes e reformas que ajudaram outros países em estágio de desenvolvimento semelhante ao brasileiro a acelerar a modernização de sua economia e aumentar dramaticamente o padrão de bem-estar de seus habitantes. Em comum, os depoimentos têm a ênfase em apontar o custo econômico do populismo assistencialista e os prejuízos causados pelo que um deles define como "capitalismo de compadrio". Essa distorção protege grupos econômicos ineficientes e impede a abertura e o florescimento de forças inovadoras na economia. Como era de esperar, o tamanho do Estado e o excesso de burocracia e de regulamentação também foram apontados como entraves graves ao desenvolvimento. Curiosamente, nenhum deles apontou os juros elevados ou a infra-estrutura precária (diagnósticos mais freqüentes no debate nacional) como causas basais do baixo crescimento do país. Como disse, em um de seus parcos acertos, o economista alemão Karl Marx (1818-1883), os países – e também as pessoas – não são aquilo que pensam, mas, sim, como eles são observados. Os depoimentos dos economistas ouvidos para esta reportagem têm o valor intrínseco de ser fruto da observação de mentes poderosas e carregam ainda o valor de terem largo poder de influência sobre os investidores e agentes de mercado.
GARY BECKER
Nacionalidade: americana
Idade: 76 anos
Universidade de Chicago
Nobel de 1992
Feito: deu nobreza à análise econômica dos fenômenos do comportamento humano
Capitalismo de compadrio
• "É mais fácil entender por que a China e a Índia estão crescendo rapidamente do que compreender o que se passa na América Latina e no Brasil. Dos anos 1940 até meados dos anos 1980, os chineses e os indianos praticamente não progrediram. Sob o peso de economias centralizadas e estatais – comunismo na China e um socialismo inespecífico na Índia –, chineses e indianos viram seus países estagnar. Os dois governos detinham controle total sobre os investimentos. A China começou a reformar o setor agrícola no fim dos anos 1970, ao permitir que os camponeses ficassem com parte daquilo que produziam. Gradualmente, o mesmo começou a ser feito com a indústria. Hoje o setor privado é predominante. A tributação é baixa, há menos burocracia e regulamentação. Em vez de fugirem para Taiwan ou Hong Kong, agora os talentos chineses podem ficar no país.
Na Índia a história é parecida. Houve uma abertura no fim dos anos 80 e início dos 90. Atividades foram transferidas à iniciativa privada, a tributação caiu e a burocracia diminuiu. Mas é lógico que ambos os países asiáticos começaram a crescer a partir de um nível muito baixo e, ainda hoje, apesar do salto produtivo, são bastante pobres – especialmente a Índia, cuja renda per capita, de 3 000 dólares por ano, é metade da chinesa. Caso mantenham as reformas de orientação capitalista, esses países têm potencial para avançar rapidamente ao longo das próximas décadas. O Japão cresceu muito durante quarenta anos. Taiwan fez o mesmo ao longo de trinta.
Já a América Latina é um mistério. Há o caso de sucesso do Chile, cujo modelo é similar (até mais extremo) ao chinês e ao indiano – abertura da economia, redução do estatismo e da burocracia, mercado de trabalho mais flexível. Graças a esse modelo, o Chile vem tendo sucesso nos últimos 25 anos. Por que o resto da América Latina não produz os mesmos resultados? A minha opinião é que o Brasil ainda resiste a fazer as reformas executadas pelo Chile. O México, depois dos últimos ajustes, avançou bastante. Sobrou ainda muita burocracia e regulamentação, em especial no mercado de trabalho. Há ainda o que eu chamaria de "capitalismo de compadres" – algumas famílias ou setores privilegiados conseguem favores e empréstimos do governo. No caso mexicano, no setor televisivo e nas telecomunicações. Suspeito que isso também seja verdadeiro em outros países da América Latina, como o Brasil. Eu diria que esse compadrio é uma das principais causas do atraso econômico da região."
JAMES HECKMAN
Nacionalidade: americana
Idade: 62 anos
Universidade de Chicago
Nobel de 2000
Feito: criou métodos precisos de avaliação do sucesso de programas sociais, de educação e de leis trabalhistas
O peso da burocracia e da educação ineficiente
• "O maior obstáculo ao crescimento brasileiro é o excesso de burocracia e regulamentações. Qualquer observador externo percebe isso. Essa característica representa um custo enorme para quem queira fazer negócios. Faltam incentivos para que as pessoas possam ser mais competitivas. É o que a China e a Índia estão fazendo. No Brasil esses estímulos são muito tímidos, predomina um pensamento que lembra o mercantilismo, de viver em um mundo de castas e protegê-lo do jeito que ele é. Não há uma economia competitiva e flexível, na qual as pessoas abram empresas, fechem empresas, contratem bons funcionários, demitam maus funcionários, contratem bons professores, demitam os professores ruins. É uma influência negativa que o país teve dos europeus, de todas aquelas velhas instituições de Portugal e da Espanha. A América Latina tem mais regulamentações do que a Europa. O custo de contratar um funcionário é muito elevado no Brasil, e isso desacelera a economia. Se você tentar evitar que o desemprego aumente nos períodos ruins, o emprego também não vai melhorar muito quando as coisas forem bem. Essa inflexibilidade amarra a economia.
A questão política também afeta o avanço brasileiro. As reformas chilenas demoraram quase dez anos para dar resultados. A existência de um governo autoritário tornou relativamente fácil sustentá-las. Em alguns países, como Nova Zelândia e Inglaterra, as reformas foram feitas em ambiente democrático. A situação era tão difícil que as pessoas perceberam que as coisas não poderiam permanecer daquele jeito. As greves fizeram a população se virar contra os sindicatos. Surgiu um novo sindicalismo, muito mais responsável. O legado de Margaret Thatcher talvez seja um pouco mais de desigualdade social, mas um crescimento econômico muito maior. Tony Blair manteve as mesmas políticas. Não houve reestatização, não apareceram novas estatais. As pessoas perceberam que o modelo estatista, sucesso do pós-guerra, já não funcionava. Isso soa como pregar ao vento na América Latina, se olharmos para o que está acontecendo na Bolívia ou na Venezuela. Há uma onda contrária às reformas na região. As boas lições nunca foram aprendidas de verdade.
Para piorar, os políticos costumam ter uma visão de curto prazo. Querem eliminar a desigualdade, e como fazem isso? Dando dinheiro para os pobres. Essa política pode até reduzir a desigualdade no curto prazo, mas investir nas crianças e na qualidade da escola criaria bases mais sólidas para o aumento na qualidade de vida. O Brasil incrementou os gastos no ensino básico nos últimos anos, mas os níveis ainda são muito baixos. Isso ajuda a perpetuar a diferença de classes, porque os ricos podem pagar por boas escolas, e solapa o potencial de crescimento. Alguns atribuem o forte crescimento da Irlanda, nos últimos vinte anos, à melhora do ensino básico. Uma nova geração, com uma educação superior à de seus pais, ingressou na economia e pôde participar do milagre irlandês. Foi um pré-requisito para o crescimento de hoje."
DOUGLASS NORTH
Nacionalidade: americana
Idade: 86 anos
Universidade Washington, em Saint Louis
Nobel de 1993
Feito: foi pioneiro no estudo do papel virtuoso das instituições na diminuição dos custos de transação que emperram o desenvolvimento
O assalto de grupos de interesses
Walter Bibikow/Getty Images
VANTAGEM COMPARATIVA
O inglês fluente dos indianos atrai investimentos no setor de serviços
• "Assim como na maioria dos países do Terceiro Mundo, há no Brasil uma aliança muito próxima entre interesses políticos e econômicos. Um grupo de privilegiados alimenta o outro, e vice-versa. O resultado é uma barreira para a competição e para mudanças institucionais inovadoras e criativas. A meu ver, é isso que impede o Brasil de se tornar um país de alta renda. Trata-se de uma questão de teoria política, não econômica. Sempre que um determinado grupo controla o sistema político, ele o usa para seu próprio benefício, em detrimento dos interesses da população como um todo. O Brasil é um país cheio de promessas e possibilidades, mas que foi tomado de assalto por grupos de interesse que souberam se aproveitar do Estado para seus próprios benefícios. E ainda se aproveitam. Esses grupos se protegem da competição, numa ação que tende a fechar a economia e barrar a eficiência. Justiça seja feita, esse fenômeno também existe na China. É vital notar, no entanto, que, devido ao fato de a abertura ser a pedra de toque do crescimento chinês, o país não sofre tanto com essa distorção quanto o Brasil.
Já conhecemos o potencial das economias chinesa e indiana. Vale a pena apontar as vulnerabilidades, como fiz com relação ao Brasil. A China e a Índia abraçaram os princípios da economia de mercado e começaram a crescer rapidamente. Mas há problemas à vista. No caso chinês, ainda existem muitas empresas nas mãos do governo, negócios pouco eficientes que acumulam grandes prejuízos. Só sobrevivem por causa dos subsídios. O resultado é que boa parte da poupança privada dos chineses é canalizada para negócios ineficientes. É um desequilíbrio que oferece desafios. Há outros dilemas. Os chineses não avançaram em alguns aspectos que considero pré-requisitos para o crescimento de longo prazo, como um direito de propriedade privada claramente definido, independente das vontades de burocratas. Os negócios ainda giram muito em torno de autoridades governamentais que estão sempre tentando interferir no sistema. Por isso acho que, enquanto não houver o respeito às leis e não existir um sistema bem definido de relações impessoais entre empresários e governo, não dá para ter certeza de que a China continuará crescendo tão rapidamente. Os chineses começarão a se defrontar com várias e várias fragilidades daqui para a frente. As pessoas estão se tornando mais ricas, e começam a ser criados grupos de interesse que, a exemplo do Brasil, tentam cada vez mais interferir nas decisões.
A Índia é uma história diferente, porque sempre foi um país repleto de grupos de interesse e privilégios. O que o país está tentando fazer é livrar-se gradualmente dessas limitações e tirar proveito do imenso potencial que suas enormes dimensões lhe propiciam. As perspectivas são boas, mas os indianos sempre se defrontam com seus dilemas históricos. As castas mais influentes podem tentar restabelecer privilégios e, a qualquer momento, podem sair vitoriosas."
ROBERT SOLOW
Nacionalidade: americana
Idade: 82 anos
MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts)
Nobel de 1987
Feito: criou o modelo neoclássico de crescimento econômico com ênfase no progresso tecnológico
O desafio é a estabilidade
Koichi Kamoshida/Getty Images
MOEDA COMPETITIVA
O crescimento liderado pelas exportações elevou o padrão de vida dos japoneses
• "Não há nenhuma razão intrínseca para que o Brasil não tenha o sucesso dos asiáticos. É uma questão de seguir políticas adequadas, o que é mais difícil quando o governo não tem uma maioria estável no Congresso. Nenhum país com tradições democráticas, como o Brasil, poderia manter, como faz a China, uma enorme população rural em situação de extrema pobreza. Ser um país democrático traz certas limitações. Aqui não vai uma crítica à democracia – só um registro de que, apesar dos méritos inegáveis desse sistema, é mais difícil para o Brasil ter a estabilidade política que lhe permitiria crescer rapidamente. O país tem potencial de sobra para progredir numa velocidade maior. Não 9% ou 10%, como a China – esse é um fenômeno característico dos estágios iniciais do desenvolvimento. Mas a renda per capita brasileira poderia experimentar um salto se boas políticas fossem perseguidas. Por isso a estabilidade é tão crucial. Se os investidores suspeitarem que haverá mudanças, eles tenderão a refrear novos projetos.
Por essa razão, o desafio do Brasil não é imitar a China, mas manter a estabilidade. Não imagino que outros países possam imitar o modelo chinês. A China possui uma enorme e disciplinada força de trabalho, e os salários são muito baixos. Além disso, dispõe de uma situação política que aparenta ser estável. Por essa razão, companhias americanas e européias sentem-se seguras para investir lá, apesar da falta de respeito a direitos autorais e de propriedade – esses problemas inibem alguns investidores, é verdade, mas os ganhos advindos do baixo custo de mão-de-obra são vantajosos e fazem os empresários assumir o risco. Somem-se a isso o fato de a China ter um grande saldo no balanço de pagamentos, algo que dissipa quaisquer dúvidas sobre a transferência dos lucros às matrizes, e o de sua moeda ter permanecido desvalorizada, o que estimula as exportações. O resultado é o despertar econômico que se vê agora. A grande incerteza é por quanto tempo os chineses conseguirão conviver com salários em níveis tão baixos. Já começa a haver alguma tendência de aumento. É um grande paradoxo. Karl Marx pregava que uma das principais fontes de lucro no capitalismo era a existência de um exército de proletários desempregados, o que mantinha os salários sempre baixos. Ironicamente, o maior exemplo jamais visto de um exército de proletários sem emprego vem da China comunista, onde centenas de milhões de pessoas estão fora das grandes cidades, à margem da economia moderna e desesperadas para sair do campo. Salários baixos significam um nível reduzido de consumo doméstico. Há novos ricos e uma classe média se formando na China, é verdade, mas milhões de trabalhadores produzem para consumidores estrangeiros, enquanto gastam muito pouco. Não sei até quando isso pode se manter.
A Índia demorou para começar a crescer, mas vejo grande potencial para o país. Lá as empresas ocidentais se sentem mais seguras do que na China na questão dos direitos de propriedade. E, assim como na China, tiram benefício do baixo custo de mão-de-obra. Além disso, os indianos falam inglês, o que lhes possibilita a inserção no mercado mundial de serviços e de produtos para a informática. Mas no caso da Índia será mais difícil, por questões políticas, evitar que os salários subam conforme o nível de emprego aumente. Ao contrário da China, é um país democrático. As dimensões obviamente não são as mesmas, mas diria que o exemplo de crescimento da Índia guarda semelhanças com o da Irlanda."
ROBERT MUNDELL
Nacionalidade: canadense
Idade: 74 anos
Universidade Colúmbia
Nobel de 1999
Feito: estudos revolucionários sobre as políticas fiscais e de câmbio em economias abertas que levaram, entre outras coisas, à criação do euro
Protecionismo sufocante
• "O Brasil abraçou uma política de desenvolvimento protecionista num momento em que o restante do mundo estava se abrindo internacionalmente. Com as inovações avançando num ritmo vertiginoso, é crucial aceitar essa interdependência mundial e desenvolver as vantagens comparativas naturais de um país . O Brasil é um dos países mais fechados do mundo, ficou em 81º lugar em um ranking de abertura econômica elaborado pela Heritage Foundation, com informações de 157 países (o mais aberto é Hong Kong). A característica comum a todos os países fechados, como o Brasil, é que eles têm baixa renda per capita. Não há como ter crescimento sem empresários, sem pessoas que iniciem novos negócios. Vários países latino-americanos colocam barreiras ao surgimento de novas empresas. Enquanto nos Estados Unidos uma companhia pode ser constituída em poucas horas, na América Latina isso pode levar meses. Países menos burocráticos, como os Estados Unidos e a China, conseguem atrair o investimento estrangeiro direto, fundamental para o crescimento porque traz consigo capital, tecnologia e mercados. O sistema tributário brasileiro também desestimula os investimentos. Outro requisito é a estabilidade macroeconômica. Sem ela, não há crescimento duradouro. Acredito que, no caso de muitos países, a melhor maneira de obter estabilidade macroeconômica é tornar-se parte de uma grande área de moeda comum. A Europa fez isso ao criar o euro, e a moeda tornou-se tão efetiva quanto o dólar. Várias outras zonas econômicas planejam a união cambial. A América Latina precisa seguir essa iniciativa. Por que lidar com quase 100 moedas na região? O Brasil deveria liderar o Mercosul na direção de uma maior, e não menor, abertura comercial. Além disso, deveria defender a existência de uma moeda única da América Latina. Fiz essa proposição pela primeira vez há quarenta anos, em 1966. Poderiam dizer que cachorro velho não aprende truques novos – mas, nesse caso, eles não precisariam. O Brasil deveria ser o centro de uma moeda sul-americana atrelada ao dólar. Logicamente seria melhor um único sistema monetário internacional, mas não dispomos dele hoje. Tivemos um depois da II Guerra Mundial, quando demos ao Fundo Monetário Internacional o papel de guardião do sistema de paridade cambial. Hoje temos de escolher sistemas monetários internacionais que se adaptem à necessidade da configuração de poder entre as nações. O sistema funciona com base nas duas principais moedas, o dólar e o euro. Talvez seja muito complicado e instável.
Essas são apenas sugestões, talvez não as melhores. O ideal é observar que, nos últimos sessenta anos, ocorreram três casos de milagre econômico: o Japão e a Alemanha no pós-II Guerra e a China, a partir de 1978 e especialmente depois de 1997. Nesses três casos, o crescimento foi liderado pelas exportações num regime de câmbio fixo. Recentemente, sob pressão do FMI, a China flexibilizou um pouco o câmbio. Mas o país não pode arruinar seu modelo permitindo grandes oscilações na cotação de sua moeda, o yuan. O sucesso chinês se deve à sua elevada taxa de poupança, ao enorme influxo de investimento estrangeiro direto, ao superávit na balança de pagamentos e à taxa de câmbio fixa e competitiva. A Índia foi na mesma direção e tira proveito da abertura comercial que fez na década passada, além de se valer do fato de seus habitantes falarem inglês, o que lhes dá vantagem na indústria tecnológica e de software."
EDWARD PRESCOTT
Nacionalidade: americana
Idade: 66 anos
Universidade do Arizona
Nobel de 2004
Feito: comprovou a eficácia de políticas econômicas coerentes a longo prazo
A chave é criar poupança
• "O Brasil conseguirá se aproximar do padrão de vida dos países desenvolvidos somente se os brasileiros estiverem convencidos de que boas políticas serão perseguidas ao longo de vários e vários anos. Não basta implementar as medidas corretas por um curto período. A única esperança que vislumbro é que o Brasil se descentralize. Tenho algumas sugestões. Livrem-se da centralização de poder em Brasília e reduzam drasticamente os impostos federais. Deixem que os estados da federação ganhem autonomia e compitam entre si por investimentos. Se algum deles quebrar, coloquem-no num programa de intervenção, como foi feito com a cidade de Nova York nos anos 70. Ainda que sensibilidades possam se ouriçar, é preciso reconhecer que regimes democráticos, como o brasileiro, não são precondições para o sucesso econômico. Pelo contrário: muitos países saíram da pobreza sob regimes autoritários. Vejam os casos de Pinochet, no Chile, Franco, na Espanha, Park, na Coréia do Sul, ou Chiang Kai-shek, em Taiwan. O Brasil teve sua ditadura, mas ela parece ter piorado as coisas e não alterou a natureza da sociedade – o país não desenvolveu um sistema democrático baseado na propriedade privada e no consumo, integrado aos países avançados. O caso mexicano é similar: a economia evoluiu muito durante o regime autoritário, mas não criou uma ampla e enraizada sociedade privada.
É fundamental que o Brasil estimule a criação de uma sociedade privada. Esse é o motor de qualquer ciclo de expansão sustentável. Já o combustível é a poupança. Nenhum país cresce sem um sistema que induza a formação de poupança. Em Cingapura, o crescimento veio após a introdução de poupanças compulsórias. É condição vital, no entanto, que os recursos sejam bem geridos. Eles não podem ser desperdiçados nas mãos de governos incompetentes. Instituam um sistema de poupança crível e, em 25 anos, o Brasil crescerá rapidamente. Há sempre o risco de o governo expropriar esses recursos, por isso é crucial dar às pessoas a chance de escolher onde pôr o seu dinheiro.
A China claramente não pode continuar crescendo no atual ritmo. Muito de seu rápido avanço se deve simplesmente à transição de um setor agrário tradicional para um setor urbano moderno. Mas a nova economia do país não é tão eficiente assim. A renda per capita da China deverá se estabilizar num nível equivalente a 40% da renda dos países ricos. É minha melhor estimativa. A Índia está crescendo rapidamente porque o sistema econômico se tornou menos ruim, mas o desenvolvimento do país não continuará a não ser que o sistema fique ainda menos ruim. Os indianos provavelmente alcançarão o nível de renda da América Latina se se tornarem mais abertos."
PAUL SAMUELSON
Nacionalidade: americana
Idade: 91 anos
MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts
Nobel de 1970
Feito: lançou as bases da moderna análise econômica nas teorias de crescimento, consumo, comércio internacional e equilíbrio de preços e salários
O preço do populismo político
Paulo Vitale
CUSTO BAIXO
Na China, mão-de-obra abundante e barata atrai volumes maciços de investimentos internacionais
• "O milagre econômico da China e da Índia reproduz um ciclo historicamente conhecido, por meio do qual tecnologia, conhecimento e técnicas de engenharia e administração são disseminados de países mais ricos para os de menor renda. Isso ocorreu na Europa após a II Guerra Mundial, sobretudo na Alemanha, na Itália e na França. Esses três países se valeram da tecnologia dos Estados Unidos e sua economia começou a crescer mais rápido do que a americana, usando, para isso, a alavanca das exportações. Enquanto os Estados Unidos cresciam entre 3% e 4%, esses países avançaram entre 7% e 8%. Nesse sentido, o principal tema econômico do pós-II Guerra foi a busca desenfreada de outras nações por alcançar o nível de renda americano. Num segundo momento, esse processo também ocorreu na Ásia – inicialmente no Japão e, depois, em Taiwan, Cingapura, Hong Kong e Coréia do Sul. Surpreende que a Índia só tenha se juntado ao ciclo mais tarde. É preciso lembrar, no entanto, que o esforço dos povos mais pobres para atingir o nível de riqueza dos mais ricos antecede a II Guerra Mundial. Como dou aulas há quase setenta anos na Nova Inglaterra, no nordeste dos Estados Unidos, sou testemunha de ciclos econômicos como esse dentro do próprio território americano. Primeiro, os estados do norte da costa leste perderam a indústria de calçados, que migrou para o sul, atraída pelos salários mais baixos. Depois foi a vez da indústria têxtil. Mais tarde, as indústrias que haviam migrado para o sul começaram a se transferir para Porto Rico, México e Ásia. Quando a China se livrou do maoísmo também pôde beneficiar-se desse mecanismo, que, em sua essência, é de mercado. Esse processo só está começando na China. Saindo do triângulo Xangai–Pequim–Hong Kong, ainda há vastas áreas pouco desenvolvidas, com uma grande população. Se o sistema político permanecer estável, o país continuará crescendo. Já a Índia teve um lento início porque importou políticas econômicas erradas, antimercado. A história de nosso tempo é que você pode até não gostar do mercado, mas não apareceu nenhum modelo alternativo capaz de organizar grandes populações. Por isso o processo de equalização de renda entre países ainda continuará por mais tempo. O que me surpreende é que os Estados Unidos, que lideraram esse processo, ajudando a abrir caminho para os que vieram logo em seguida, ainda não foram superados por nenhuma região, em termos de produtividade e renda per capita. Não viverei o suficiente para ver se a China será exceção. Mas acredito que os chineses poderão atingir um nível de renda equivalente ao dos países desenvolvidos.
Quanto à América Latina e ao Brasil, é surpreendente que nunca tenham se beneficiado desse processo de forma integral, apesar de surtos episódicos de crescimento. O padrão político de democracias populistas parece ter sido um fator que inibiu o desenvolvimento. Por que a Argentina e talvez até mesmo o Brasil, onde não restavam muitos nativos indígenas e havia muitos imigrantes europeus, não avançaram como os países asiáticos? Eu buscaria explicações na política. No caso brasileiro, há também questões sociológicas. Vocês herdaram do catolicismo português uma sociedade sem tradições igualitárias. Minha única viagem à América Latina foi ao Peru, em 1980. O país havia acabado de se livrar de uma ditadura, emigrantes estavam retornando e parecia que haveria progresso. Mas logo depois houve disputas internas, tensões, e as esperanças nunca se materializaram. Ciclos de esperança e decepção, como esses, tornaram-se rotina na região. O Chile talvez seja uma exceção."
de Economia dizem, em entrevistas
exclusivas a VEJA, quais são as
amarras que impedem o país de
crescer como os gigantes asiáticos
Giuliano Guandalini
Montagem sobre ilustração Sandro Castelli
A pergunta do título acima resume o tema mais instigante do debate econômico brasileiro atual. Até 1980, o Brasil ponteava entre as nações que mais cresciam no planeta. O país chegou a exibir taxas de crescimento anuais superiores a 10% – em 1973, bateu em 14%. Hoje os brasileiros amargam um dos piores desempenhos comparativos. De 1996 a 2005, China e Índia avançaram a um ritmo anual de 9% e 6%, respectivamente. No mesmo período, a média brasileira foi pouco superior a 2%, enquanto a renda per capita nacional, um dos principais indicadores do padrão de vida de uma sociedade, permanecia estagnada.
Em sua última edição, VEJA esquadrinhou, em uma reportagem especial, o espetacular momento atual da China. Em junho passado, outra reportagem de capa mostrou o despertar da Índia. Nas páginas que se seguem, sete ganhadores do Prêmio Nobel de Economia refletem, a pedido de VEJA, sobre as razões que fizeram a economia brasileira descarrilar tirando o Brasil das primeiras posições hoje ocupadas por China e Índia. Os economistas ouvidos pela revista – Paul Samuelson, James Heckman, Robert Mundell, Douglass North, Robert Solow, Gary Becker e Edward Prescott – formam o time de pensadores que colocou de pé os fundamentos da moderna ciência econômica do pós-guerra. São observadores agudos, com graus diferentes de interesse na realidade brasileira mas com a mesma curiosidade e honestidade intelectual.
Com certa razão, opiniões vindas de fora costumam ser rechaçadas sob o argumento de que quem as profere vai estar longe, protegido, portanto, dos efeitos das receitas que prescreve para os países emergentes. Não é, em absoluto, o caso aqui. Os entrevistados não oferecem receitas prontas para o Brasil. Em seus depoimentos eles se limitam a apontar as medidas, atitudes e reformas que ajudaram outros países em estágio de desenvolvimento semelhante ao brasileiro a acelerar a modernização de sua economia e aumentar dramaticamente o padrão de bem-estar de seus habitantes. Em comum, os depoimentos têm a ênfase em apontar o custo econômico do populismo assistencialista e os prejuízos causados pelo que um deles define como "capitalismo de compadrio". Essa distorção protege grupos econômicos ineficientes e impede a abertura e o florescimento de forças inovadoras na economia. Como era de esperar, o tamanho do Estado e o excesso de burocracia e de regulamentação também foram apontados como entraves graves ao desenvolvimento. Curiosamente, nenhum deles apontou os juros elevados ou a infra-estrutura precária (diagnósticos mais freqüentes no debate nacional) como causas basais do baixo crescimento do país. Como disse, em um de seus parcos acertos, o economista alemão Karl Marx (1818-1883), os países – e também as pessoas – não são aquilo que pensam, mas, sim, como eles são observados. Os depoimentos dos economistas ouvidos para esta reportagem têm o valor intrínseco de ser fruto da observação de mentes poderosas e carregam ainda o valor de terem largo poder de influência sobre os investidores e agentes de mercado.
GARY BECKER
Nacionalidade: americana
Idade: 76 anos
Universidade de Chicago
Nobel de 1992
Feito: deu nobreza à análise econômica dos fenômenos do comportamento humano
Capitalismo de compadrio
• "É mais fácil entender por que a China e a Índia estão crescendo rapidamente do que compreender o que se passa na América Latina e no Brasil. Dos anos 1940 até meados dos anos 1980, os chineses e os indianos praticamente não progrediram. Sob o peso de economias centralizadas e estatais – comunismo na China e um socialismo inespecífico na Índia –, chineses e indianos viram seus países estagnar. Os dois governos detinham controle total sobre os investimentos. A China começou a reformar o setor agrícola no fim dos anos 1970, ao permitir que os camponeses ficassem com parte daquilo que produziam. Gradualmente, o mesmo começou a ser feito com a indústria. Hoje o setor privado é predominante. A tributação é baixa, há menos burocracia e regulamentação. Em vez de fugirem para Taiwan ou Hong Kong, agora os talentos chineses podem ficar no país.
Na Índia a história é parecida. Houve uma abertura no fim dos anos 80 e início dos 90. Atividades foram transferidas à iniciativa privada, a tributação caiu e a burocracia diminuiu. Mas é lógico que ambos os países asiáticos começaram a crescer a partir de um nível muito baixo e, ainda hoje, apesar do salto produtivo, são bastante pobres – especialmente a Índia, cuja renda per capita, de 3 000 dólares por ano, é metade da chinesa. Caso mantenham as reformas de orientação capitalista, esses países têm potencial para avançar rapidamente ao longo das próximas décadas. O Japão cresceu muito durante quarenta anos. Taiwan fez o mesmo ao longo de trinta.
Já a América Latina é um mistério. Há o caso de sucesso do Chile, cujo modelo é similar (até mais extremo) ao chinês e ao indiano – abertura da economia, redução do estatismo e da burocracia, mercado de trabalho mais flexível. Graças a esse modelo, o Chile vem tendo sucesso nos últimos 25 anos. Por que o resto da América Latina não produz os mesmos resultados? A minha opinião é que o Brasil ainda resiste a fazer as reformas executadas pelo Chile. O México, depois dos últimos ajustes, avançou bastante. Sobrou ainda muita burocracia e regulamentação, em especial no mercado de trabalho. Há ainda o que eu chamaria de "capitalismo de compadres" – algumas famílias ou setores privilegiados conseguem favores e empréstimos do governo. No caso mexicano, no setor televisivo e nas telecomunicações. Suspeito que isso também seja verdadeiro em outros países da América Latina, como o Brasil. Eu diria que esse compadrio é uma das principais causas do atraso econômico da região."
JAMES HECKMAN
Nacionalidade: americana
Idade: 62 anos
Universidade de Chicago
Nobel de 2000
Feito: criou métodos precisos de avaliação do sucesso de programas sociais, de educação e de leis trabalhistas
O peso da burocracia e da educação ineficiente
• "O maior obstáculo ao crescimento brasileiro é o excesso de burocracia e regulamentações. Qualquer observador externo percebe isso. Essa característica representa um custo enorme para quem queira fazer negócios. Faltam incentivos para que as pessoas possam ser mais competitivas. É o que a China e a Índia estão fazendo. No Brasil esses estímulos são muito tímidos, predomina um pensamento que lembra o mercantilismo, de viver em um mundo de castas e protegê-lo do jeito que ele é. Não há uma economia competitiva e flexível, na qual as pessoas abram empresas, fechem empresas, contratem bons funcionários, demitam maus funcionários, contratem bons professores, demitam os professores ruins. É uma influência negativa que o país teve dos europeus, de todas aquelas velhas instituições de Portugal e da Espanha. A América Latina tem mais regulamentações do que a Europa. O custo de contratar um funcionário é muito elevado no Brasil, e isso desacelera a economia. Se você tentar evitar que o desemprego aumente nos períodos ruins, o emprego também não vai melhorar muito quando as coisas forem bem. Essa inflexibilidade amarra a economia.
A questão política também afeta o avanço brasileiro. As reformas chilenas demoraram quase dez anos para dar resultados. A existência de um governo autoritário tornou relativamente fácil sustentá-las. Em alguns países, como Nova Zelândia e Inglaterra, as reformas foram feitas em ambiente democrático. A situação era tão difícil que as pessoas perceberam que as coisas não poderiam permanecer daquele jeito. As greves fizeram a população se virar contra os sindicatos. Surgiu um novo sindicalismo, muito mais responsável. O legado de Margaret Thatcher talvez seja um pouco mais de desigualdade social, mas um crescimento econômico muito maior. Tony Blair manteve as mesmas políticas. Não houve reestatização, não apareceram novas estatais. As pessoas perceberam que o modelo estatista, sucesso do pós-guerra, já não funcionava. Isso soa como pregar ao vento na América Latina, se olharmos para o que está acontecendo na Bolívia ou na Venezuela. Há uma onda contrária às reformas na região. As boas lições nunca foram aprendidas de verdade.
Para piorar, os políticos costumam ter uma visão de curto prazo. Querem eliminar a desigualdade, e como fazem isso? Dando dinheiro para os pobres. Essa política pode até reduzir a desigualdade no curto prazo, mas investir nas crianças e na qualidade da escola criaria bases mais sólidas para o aumento na qualidade de vida. O Brasil incrementou os gastos no ensino básico nos últimos anos, mas os níveis ainda são muito baixos. Isso ajuda a perpetuar a diferença de classes, porque os ricos podem pagar por boas escolas, e solapa o potencial de crescimento. Alguns atribuem o forte crescimento da Irlanda, nos últimos vinte anos, à melhora do ensino básico. Uma nova geração, com uma educação superior à de seus pais, ingressou na economia e pôde participar do milagre irlandês. Foi um pré-requisito para o crescimento de hoje."
DOUGLASS NORTH
Nacionalidade: americana
Idade: 86 anos
Universidade Washington, em Saint Louis
Nobel de 1993
Feito: foi pioneiro no estudo do papel virtuoso das instituições na diminuição dos custos de transação que emperram o desenvolvimento
O assalto de grupos de interesses
Walter Bibikow/Getty Images
VANTAGEM COMPARATIVA
O inglês fluente dos indianos atrai investimentos no setor de serviços
• "Assim como na maioria dos países do Terceiro Mundo, há no Brasil uma aliança muito próxima entre interesses políticos e econômicos. Um grupo de privilegiados alimenta o outro, e vice-versa. O resultado é uma barreira para a competição e para mudanças institucionais inovadoras e criativas. A meu ver, é isso que impede o Brasil de se tornar um país de alta renda. Trata-se de uma questão de teoria política, não econômica. Sempre que um determinado grupo controla o sistema político, ele o usa para seu próprio benefício, em detrimento dos interesses da população como um todo. O Brasil é um país cheio de promessas e possibilidades, mas que foi tomado de assalto por grupos de interesse que souberam se aproveitar do Estado para seus próprios benefícios. E ainda se aproveitam. Esses grupos se protegem da competição, numa ação que tende a fechar a economia e barrar a eficiência. Justiça seja feita, esse fenômeno também existe na China. É vital notar, no entanto, que, devido ao fato de a abertura ser a pedra de toque do crescimento chinês, o país não sofre tanto com essa distorção quanto o Brasil.
Já conhecemos o potencial das economias chinesa e indiana. Vale a pena apontar as vulnerabilidades, como fiz com relação ao Brasil. A China e a Índia abraçaram os princípios da economia de mercado e começaram a crescer rapidamente. Mas há problemas à vista. No caso chinês, ainda existem muitas empresas nas mãos do governo, negócios pouco eficientes que acumulam grandes prejuízos. Só sobrevivem por causa dos subsídios. O resultado é que boa parte da poupança privada dos chineses é canalizada para negócios ineficientes. É um desequilíbrio que oferece desafios. Há outros dilemas. Os chineses não avançaram em alguns aspectos que considero pré-requisitos para o crescimento de longo prazo, como um direito de propriedade privada claramente definido, independente das vontades de burocratas. Os negócios ainda giram muito em torno de autoridades governamentais que estão sempre tentando interferir no sistema. Por isso acho que, enquanto não houver o respeito às leis e não existir um sistema bem definido de relações impessoais entre empresários e governo, não dá para ter certeza de que a China continuará crescendo tão rapidamente. Os chineses começarão a se defrontar com várias e várias fragilidades daqui para a frente. As pessoas estão se tornando mais ricas, e começam a ser criados grupos de interesse que, a exemplo do Brasil, tentam cada vez mais interferir nas decisões.
A Índia é uma história diferente, porque sempre foi um país repleto de grupos de interesse e privilégios. O que o país está tentando fazer é livrar-se gradualmente dessas limitações e tirar proveito do imenso potencial que suas enormes dimensões lhe propiciam. As perspectivas são boas, mas os indianos sempre se defrontam com seus dilemas históricos. As castas mais influentes podem tentar restabelecer privilégios e, a qualquer momento, podem sair vitoriosas."
ROBERT SOLOW
Nacionalidade: americana
Idade: 82 anos
MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts)
Nobel de 1987
Feito: criou o modelo neoclássico de crescimento econômico com ênfase no progresso tecnológico
O desafio é a estabilidade
Koichi Kamoshida/Getty Images
MOEDA COMPETITIVA
O crescimento liderado pelas exportações elevou o padrão de vida dos japoneses
• "Não há nenhuma razão intrínseca para que o Brasil não tenha o sucesso dos asiáticos. É uma questão de seguir políticas adequadas, o que é mais difícil quando o governo não tem uma maioria estável no Congresso. Nenhum país com tradições democráticas, como o Brasil, poderia manter, como faz a China, uma enorme população rural em situação de extrema pobreza. Ser um país democrático traz certas limitações. Aqui não vai uma crítica à democracia – só um registro de que, apesar dos méritos inegáveis desse sistema, é mais difícil para o Brasil ter a estabilidade política que lhe permitiria crescer rapidamente. O país tem potencial de sobra para progredir numa velocidade maior. Não 9% ou 10%, como a China – esse é um fenômeno característico dos estágios iniciais do desenvolvimento. Mas a renda per capita brasileira poderia experimentar um salto se boas políticas fossem perseguidas. Por isso a estabilidade é tão crucial. Se os investidores suspeitarem que haverá mudanças, eles tenderão a refrear novos projetos.
Por essa razão, o desafio do Brasil não é imitar a China, mas manter a estabilidade. Não imagino que outros países possam imitar o modelo chinês. A China possui uma enorme e disciplinada força de trabalho, e os salários são muito baixos. Além disso, dispõe de uma situação política que aparenta ser estável. Por essa razão, companhias americanas e européias sentem-se seguras para investir lá, apesar da falta de respeito a direitos autorais e de propriedade – esses problemas inibem alguns investidores, é verdade, mas os ganhos advindos do baixo custo de mão-de-obra são vantajosos e fazem os empresários assumir o risco. Somem-se a isso o fato de a China ter um grande saldo no balanço de pagamentos, algo que dissipa quaisquer dúvidas sobre a transferência dos lucros às matrizes, e o de sua moeda ter permanecido desvalorizada, o que estimula as exportações. O resultado é o despertar econômico que se vê agora. A grande incerteza é por quanto tempo os chineses conseguirão conviver com salários em níveis tão baixos. Já começa a haver alguma tendência de aumento. É um grande paradoxo. Karl Marx pregava que uma das principais fontes de lucro no capitalismo era a existência de um exército de proletários desempregados, o que mantinha os salários sempre baixos. Ironicamente, o maior exemplo jamais visto de um exército de proletários sem emprego vem da China comunista, onde centenas de milhões de pessoas estão fora das grandes cidades, à margem da economia moderna e desesperadas para sair do campo. Salários baixos significam um nível reduzido de consumo doméstico. Há novos ricos e uma classe média se formando na China, é verdade, mas milhões de trabalhadores produzem para consumidores estrangeiros, enquanto gastam muito pouco. Não sei até quando isso pode se manter.
A Índia demorou para começar a crescer, mas vejo grande potencial para o país. Lá as empresas ocidentais se sentem mais seguras do que na China na questão dos direitos de propriedade. E, assim como na China, tiram benefício do baixo custo de mão-de-obra. Além disso, os indianos falam inglês, o que lhes possibilita a inserção no mercado mundial de serviços e de produtos para a informática. Mas no caso da Índia será mais difícil, por questões políticas, evitar que os salários subam conforme o nível de emprego aumente. Ao contrário da China, é um país democrático. As dimensões obviamente não são as mesmas, mas diria que o exemplo de crescimento da Índia guarda semelhanças com o da Irlanda."
ROBERT MUNDELL
Nacionalidade: canadense
Idade: 74 anos
Universidade Colúmbia
Nobel de 1999
Feito: estudos revolucionários sobre as políticas fiscais e de câmbio em economias abertas que levaram, entre outras coisas, à criação do euro
Protecionismo sufocante
• "O Brasil abraçou uma política de desenvolvimento protecionista num momento em que o restante do mundo estava se abrindo internacionalmente. Com as inovações avançando num ritmo vertiginoso, é crucial aceitar essa interdependência mundial e desenvolver as vantagens comparativas naturais de um país . O Brasil é um dos países mais fechados do mundo, ficou em 81º lugar em um ranking de abertura econômica elaborado pela Heritage Foundation, com informações de 157 países (o mais aberto é Hong Kong). A característica comum a todos os países fechados, como o Brasil, é que eles têm baixa renda per capita. Não há como ter crescimento sem empresários, sem pessoas que iniciem novos negócios. Vários países latino-americanos colocam barreiras ao surgimento de novas empresas. Enquanto nos Estados Unidos uma companhia pode ser constituída em poucas horas, na América Latina isso pode levar meses. Países menos burocráticos, como os Estados Unidos e a China, conseguem atrair o investimento estrangeiro direto, fundamental para o crescimento porque traz consigo capital, tecnologia e mercados. O sistema tributário brasileiro também desestimula os investimentos. Outro requisito é a estabilidade macroeconômica. Sem ela, não há crescimento duradouro. Acredito que, no caso de muitos países, a melhor maneira de obter estabilidade macroeconômica é tornar-se parte de uma grande área de moeda comum. A Europa fez isso ao criar o euro, e a moeda tornou-se tão efetiva quanto o dólar. Várias outras zonas econômicas planejam a união cambial. A América Latina precisa seguir essa iniciativa. Por que lidar com quase 100 moedas na região? O Brasil deveria liderar o Mercosul na direção de uma maior, e não menor, abertura comercial. Além disso, deveria defender a existência de uma moeda única da América Latina. Fiz essa proposição pela primeira vez há quarenta anos, em 1966. Poderiam dizer que cachorro velho não aprende truques novos – mas, nesse caso, eles não precisariam. O Brasil deveria ser o centro de uma moeda sul-americana atrelada ao dólar. Logicamente seria melhor um único sistema monetário internacional, mas não dispomos dele hoje. Tivemos um depois da II Guerra Mundial, quando demos ao Fundo Monetário Internacional o papel de guardião do sistema de paridade cambial. Hoje temos de escolher sistemas monetários internacionais que se adaptem à necessidade da configuração de poder entre as nações. O sistema funciona com base nas duas principais moedas, o dólar e o euro. Talvez seja muito complicado e instável.
Essas são apenas sugestões, talvez não as melhores. O ideal é observar que, nos últimos sessenta anos, ocorreram três casos de milagre econômico: o Japão e a Alemanha no pós-II Guerra e a China, a partir de 1978 e especialmente depois de 1997. Nesses três casos, o crescimento foi liderado pelas exportações num regime de câmbio fixo. Recentemente, sob pressão do FMI, a China flexibilizou um pouco o câmbio. Mas o país não pode arruinar seu modelo permitindo grandes oscilações na cotação de sua moeda, o yuan. O sucesso chinês se deve à sua elevada taxa de poupança, ao enorme influxo de investimento estrangeiro direto, ao superávit na balança de pagamentos e à taxa de câmbio fixa e competitiva. A Índia foi na mesma direção e tira proveito da abertura comercial que fez na década passada, além de se valer do fato de seus habitantes falarem inglês, o que lhes dá vantagem na indústria tecnológica e de software."
EDWARD PRESCOTT
Nacionalidade: americana
Idade: 66 anos
Universidade do Arizona
Nobel de 2004
Feito: comprovou a eficácia de políticas econômicas coerentes a longo prazo
A chave é criar poupança
• "O Brasil conseguirá se aproximar do padrão de vida dos países desenvolvidos somente se os brasileiros estiverem convencidos de que boas políticas serão perseguidas ao longo de vários e vários anos. Não basta implementar as medidas corretas por um curto período. A única esperança que vislumbro é que o Brasil se descentralize. Tenho algumas sugestões. Livrem-se da centralização de poder em Brasília e reduzam drasticamente os impostos federais. Deixem que os estados da federação ganhem autonomia e compitam entre si por investimentos. Se algum deles quebrar, coloquem-no num programa de intervenção, como foi feito com a cidade de Nova York nos anos 70. Ainda que sensibilidades possam se ouriçar, é preciso reconhecer que regimes democráticos, como o brasileiro, não são precondições para o sucesso econômico. Pelo contrário: muitos países saíram da pobreza sob regimes autoritários. Vejam os casos de Pinochet, no Chile, Franco, na Espanha, Park, na Coréia do Sul, ou Chiang Kai-shek, em Taiwan. O Brasil teve sua ditadura, mas ela parece ter piorado as coisas e não alterou a natureza da sociedade – o país não desenvolveu um sistema democrático baseado na propriedade privada e no consumo, integrado aos países avançados. O caso mexicano é similar: a economia evoluiu muito durante o regime autoritário, mas não criou uma ampla e enraizada sociedade privada.
É fundamental que o Brasil estimule a criação de uma sociedade privada. Esse é o motor de qualquer ciclo de expansão sustentável. Já o combustível é a poupança. Nenhum país cresce sem um sistema que induza a formação de poupança. Em Cingapura, o crescimento veio após a introdução de poupanças compulsórias. É condição vital, no entanto, que os recursos sejam bem geridos. Eles não podem ser desperdiçados nas mãos de governos incompetentes. Instituam um sistema de poupança crível e, em 25 anos, o Brasil crescerá rapidamente. Há sempre o risco de o governo expropriar esses recursos, por isso é crucial dar às pessoas a chance de escolher onde pôr o seu dinheiro.
A China claramente não pode continuar crescendo no atual ritmo. Muito de seu rápido avanço se deve simplesmente à transição de um setor agrário tradicional para um setor urbano moderno. Mas a nova economia do país não é tão eficiente assim. A renda per capita da China deverá se estabilizar num nível equivalente a 40% da renda dos países ricos. É minha melhor estimativa. A Índia está crescendo rapidamente porque o sistema econômico se tornou menos ruim, mas o desenvolvimento do país não continuará a não ser que o sistema fique ainda menos ruim. Os indianos provavelmente alcançarão o nível de renda da América Latina se se tornarem mais abertos."
PAUL SAMUELSON
Nacionalidade: americana
Idade: 91 anos
MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts
Nobel de 1970
Feito: lançou as bases da moderna análise econômica nas teorias de crescimento, consumo, comércio internacional e equilíbrio de preços e salários
O preço do populismo político
Paulo Vitale
CUSTO BAIXO
Na China, mão-de-obra abundante e barata atrai volumes maciços de investimentos internacionais
• "O milagre econômico da China e da Índia reproduz um ciclo historicamente conhecido, por meio do qual tecnologia, conhecimento e técnicas de engenharia e administração são disseminados de países mais ricos para os de menor renda. Isso ocorreu na Europa após a II Guerra Mundial, sobretudo na Alemanha, na Itália e na França. Esses três países se valeram da tecnologia dos Estados Unidos e sua economia começou a crescer mais rápido do que a americana, usando, para isso, a alavanca das exportações. Enquanto os Estados Unidos cresciam entre 3% e 4%, esses países avançaram entre 7% e 8%. Nesse sentido, o principal tema econômico do pós-II Guerra foi a busca desenfreada de outras nações por alcançar o nível de renda americano. Num segundo momento, esse processo também ocorreu na Ásia – inicialmente no Japão e, depois, em Taiwan, Cingapura, Hong Kong e Coréia do Sul. Surpreende que a Índia só tenha se juntado ao ciclo mais tarde. É preciso lembrar, no entanto, que o esforço dos povos mais pobres para atingir o nível de riqueza dos mais ricos antecede a II Guerra Mundial. Como dou aulas há quase setenta anos na Nova Inglaterra, no nordeste dos Estados Unidos, sou testemunha de ciclos econômicos como esse dentro do próprio território americano. Primeiro, os estados do norte da costa leste perderam a indústria de calçados, que migrou para o sul, atraída pelos salários mais baixos. Depois foi a vez da indústria têxtil. Mais tarde, as indústrias que haviam migrado para o sul começaram a se transferir para Porto Rico, México e Ásia. Quando a China se livrou do maoísmo também pôde beneficiar-se desse mecanismo, que, em sua essência, é de mercado. Esse processo só está começando na China. Saindo do triângulo Xangai–Pequim–Hong Kong, ainda há vastas áreas pouco desenvolvidas, com uma grande população. Se o sistema político permanecer estável, o país continuará crescendo. Já a Índia teve um lento início porque importou políticas econômicas erradas, antimercado. A história de nosso tempo é que você pode até não gostar do mercado, mas não apareceu nenhum modelo alternativo capaz de organizar grandes populações. Por isso o processo de equalização de renda entre países ainda continuará por mais tempo. O que me surpreende é que os Estados Unidos, que lideraram esse processo, ajudando a abrir caminho para os que vieram logo em seguida, ainda não foram superados por nenhuma região, em termos de produtividade e renda per capita. Não viverei o suficiente para ver se a China será exceção. Mas acredito que os chineses poderão atingir um nível de renda equivalente ao dos países desenvolvidos.
Quanto à América Latina e ao Brasil, é surpreendente que nunca tenham se beneficiado desse processo de forma integral, apesar de surtos episódicos de crescimento. O padrão político de democracias populistas parece ter sido um fator que inibiu o desenvolvimento. Por que a Argentina e talvez até mesmo o Brasil, onde não restavam muitos nativos indígenas e havia muitos imigrantes europeus, não avançaram como os países asiáticos? Eu buscaria explicações na política. No caso brasileiro, há também questões sociológicas. Vocês herdaram do catolicismo português uma sociedade sem tradições igualitárias. Minha única viagem à América Latina foi ao Peru, em 1980. O país havia acabado de se livrar de uma ditadura, emigrantes estavam retornando e parecia que haveria progresso. Mas logo depois houve disputas internas, tensões, e as esperanças nunca se materializaram. Ciclos de esperança e decepção, como esses, tornaram-se rotina na região. O Chile talvez seja uma exceção."
Eficiência do Congresso
Poucas coisas na selva são mais eficientes do que o Congresso Nacional quando se trata do aumento de salário de deputados e senadores, principalmente quando é para duplicá-lo.
Thursday, December 14, 2006
Poesia de Bukowski Online
Se você está de cabeção bola aberta de raio infinito, nada melhor do que Bukowski para acabar com tua ressaca:
I drank scotch, wine, beer, tequila
and noticed a nice one sitting next to me -
one tooth missing when she smiled,
lovely, and I put my arm around her
and began loading her with bullshit.
[New Mexico, Charles Bukowski]
Alguns sites para ler a poesia de Charles Bukowski:
site com 120 poemas
site com 15 poemas
site com 7 poemas
I drank scotch, wine, beer, tequila
and noticed a nice one sitting next to me -
one tooth missing when she smiled,
lovely, and I put my arm around her
and began loading her with bullshit.
[New Mexico, Charles Bukowski]
Alguns sites para ler a poesia de Charles Bukowski:
site com 120 poemas
site com 15 poemas
site com 7 poemas
Ministro Reclama do Salário Baixo
Agora sabemos porque nada funciona no ministério da defesa: o ministro ganha mal, é expoliado, para usar o jargão Saderiano.
Wednesday, December 13, 2006
Max Weber Online
Este link tem o capítulo II integral da obra de Max Weber "The Protestant Ethic and the Spirit of Capitalism". É ocioso dizer que sua leitura é essencial.
9/11: A Culpa é do Barbeiro
Interessante artigo sobre Sayyid Qutb, um dos ideólogos da Muslim Brotherhood. Bom exemplo da incapacidade do selvagem de entender a civilização e por isso desprezá-la atribuindo-lhe uma suposta inferioridade espiritual.
O Incompetente
Sempre que pode o incompetente culpa todo mundo por sua incapacidade, geralmente seus subalternos. No setor privado em um ambiente competitivo, cedo ou tarde o incompetente, seja ele diretor, vice-presidente ou CEO, acaba demitido. No setor público, dependendo do grau de monitoramento e pressão da sociedade, ele perde o cargo. Na selva provavelmente ele recebe uma condecoração.
A Imbecilidade Humana
A imbecilidade parece ser um atributo que não reconhece fronteiras, sexo ou religião. Há imbecis para tudo nesse mundo."Why are Jews attending a conference on the Holocaust in Tehran at which star guests include deniers of the genocide? Clue: they also want an end to the Israeli state". Leia o resto aqui.
Como Economistas Medem a Felicidade
Este artigo da Slate complementa a discussão iniciada no post abaixo.
Depressão e Ansiedade
Segundo Richard Layard, professor da LSE, depressão e ansiedade "are the biggest causes of misery in Britain today”. Ele salienta que “We now have half a million people on incapacity benefits because of mental illness – more than the total number of people receiving unemployment benefit.” Este artigo critica a happiness science e as políticas públicas derivadas dela.
Alcohol Reduces the Risk of Death
A medicina é uma ciência que evolui rápido. Semana passada o alcool era a principal causa de mortes na Finlândia, hoje o alcool reduz o risco de morte. Meu amigo pé de cana Gennaro Torttoni vai ficar satisfeito.
“According to the data, drinking a moderate amount of alcohol -- up to four drinks per day in men and two drinks per day in women -- reduces the risk of death from any cause by roughly 18 percent, the team reports in the Archives of Internal Medicine”.
“According to the data, drinking a moderate amount of alcohol -- up to four drinks per day in men and two drinks per day in women -- reduces the risk of death from any cause by roughly 18 percent, the team reports in the Archives of Internal Medicine”.
Os Democratas e o Combate ao Terror
Parece brincadeira, mas a alternativa democrata para combater o terrorismo é risível, para não dizer trágica. O representante democrata Silvestre Reyes de El Paso, Texas, foi indicado para ser o presidente do comitê de inteligência da câmara. "When asked by CQ National Security Editor Jeff Stein whether al Qaeda is one or the other of the two major branches of Islam -- Sunni or Shiite -- Reyes answered "they are probably both," then ventured "Predominantly -- probably Shiite." That is wrong. Al Qaeda was founded by Osama bin Laden as a Sunni organization and views Shiites as heretics". Como todo picareta que se preze, ao invés de ficar calado quando não sabe o que dizer, ele tenta enrolar. Veja o resto aqui.
Tuesday, December 12, 2006
Cana's Foot
Gennaro Torttoni, meu amigo [e da 51 também], me ligou indignado após ler o post sobre o efeito devastador do álcool na Finlândia. Ele disse que era um absurdo, uma campanha orquestrada para difamar o álcool e seus derivados. Nunca mais visitará a terra de Sibelius, Litmanen e Santa Claus.
Tributo de Frank Hahn a Michio Morishima
Segue um breve, mas interessante, tributo de Frank Hahn `a memória de Michio Morishima. Note que Hahn inicia com “I first knew Michio in the early sixties. It turned out that this was the decade of great optimism in economic theory. Everything seemed to come together and quite deep theories of choice were proved. One did not ask whether all this was useful, but certainly it had the beauty of a well-integrated approach” para logo depois dizer: “From a current point of view, however, I do not regard our achievements as very large, and possibly the work was misjudged”.
A Genialidade de Romário
Os selvagens detestam talento, criatividade, genialidade. Não reconhecem as conquistas alheias. Não sabem o que é mérito. Por isso não respeitam Pelé e Romário. Gostam de Che Guevara.
Segue um vídeo com gols do Romário pelo PSV e Barcelona. O video não é recomendado aos admiradores da mediocridade.
Segue um vídeo com gols do Romário pelo PSV e Barcelona. O video não é recomendado aos admiradores da mediocridade.
Greve de Funcionários Públicos
Beppe Grillo disserta sobre as greves do setor público na Itália. Ele diz: “We pay hordes of employees to serve us (with the idea of providing a public service).But we don’t have the right to speak, to make decisions, to be informed, to have a veto in the negotiations. It’s time to change the system”. Nota-se claramente que o fenômeno é o mesmo da selva, aliás, o mesmo em qualquer lugar do mundo. Está claro que incentivos importam.
O Palhaço Espanhol
O juiz de instrução espanhol Baltasar Garzón continua processando o Pinochet, mesmo depois de morto. Garzón! processa o Fidel, ele ainda está vivo.
Nova Deli = Rio
Uma vaca é fotografada na linha vermelha, onde a presidente do STF foi assaltada. Agora só falta crescer como a Índia.
TSE e Lula
O TSE julga as contas da campanha do presidente Lula e se desaprovar ele toma posse do mesmo jeito... pergunta-se: então para que julgar as contas? Ah, se desaprovar o ministério público avaliará se abre ou não uma ação por abuso do poder econômico na campanha...hum, hum, ssseeii.....
Monday, December 11, 2006
Som na Caixa
O excelente blog Leite de Pato postou uma miríade de músicas que eu pensei nunca mais iria ouvir ou ter acesso. Estou rindo até agora com o tic-tic nervoso!
O Correspondente da The Economist e Cuba
O Correspondente da The Economist, como a maioria dos jornalistas de todo o mundo, é ligeiramente viesado para a esquerda. Mesmo assim não consegue esconder sua frustração com a burocracia e ladroagem do regime de Fidel.
BBC e a TV Pública
Bom artigo sobre a BBC. No Reino Unido paga-se para assistir a TV pública [dois canais da BBC] e o governo limita a concorrência, permitindo apenas um par de canais privados. Paradoxalmente a BBC não é tão ruim como era de se esperar, pois opera numa sociedade livre que a monitora e critica a todo momento. Enquanto isso nos EUA a PBS passa 2/3 do seu tempo pedindo dinheiro dos seus poucos espectadores.
Sugerimento
O técnico Dunga fez duas coisas importantes, barrou o ruinaldin gaucho e enriqueceu nosso vocabulário:
http://www.youtube.com/watch?v=nYi_uZP2INA
http://www.youtube.com/watch?v=nYi_uZP2INA
Al-Jazeera, Boçalidade e Falta de Caráter
É preciso ler a entrevista do editor chefe da Al-Jazeera Ahmed Sheik . Atente para a impressionante mistura de canalhice e cretinice encapsulada nesse indivíduo. Segue um extrato da entrevista:
Who is responsible for the situation?
The Israeli-Palestinian conflict is one of the most important reasons why these crises and problems continue to simmer. The day when Israel was founded created the basis for our problems. The West should finally come to understand this. Everything would be much calmer if the Palestinians were given their rights.
Do you mean to say that if Israel did not exist, there would suddenly be democracy in Egypt, that the schools in Morocco would be better, that the public clinics in Jordan would function better?
I think so.
Who is responsible for the situation?
The Israeli-Palestinian conflict is one of the most important reasons why these crises and problems continue to simmer. The day when Israel was founded created the basis for our problems. The West should finally come to understand this. Everything would be much calmer if the Palestinians were given their rights.
Do you mean to say that if Israel did not exist, there would suddenly be democracy in Egypt, that the schools in Morocco would be better, that the public clinics in Jordan would function better?
I think so.
Sunday, December 10, 2006
Young Acaba com os Texans
O negócio de Houston é petróleo, não é futebol. Os imbecis dos Texans não quiseram recrutar o Vince Young, nativo de Houston e o melhor quarterback que surgiu nos últimos 20 anos. Ele acabou agora mesmo de dar o troco. No overtime fez um belíssimo touchdown correndo do meio de campo: Titans 26x20 Texans. Bem feito!
Stiglitz Sobre Phelps
Um artigo do Stiglitz sobre o Phelps. Agora que o Phelps ganhou o Nobel só está faltando um para o William Baumol.
Crescimento e Distribuição de Renda
Um dos mantras dos economistas de esquerda é que distribuição de renda leva ao crescimento econômico. Daí a estranheza com a seguinte entrevista na Folha de Sao Paulo: “O economista Sergei Soares, especialista em desigualdade social do Ipea (Instituto de Política Econômica Aplicada), vinculado ao Ministério do Planejamento, afirma que o governo deveria ‘dar um tempo’ na distribuição de renda para fazer o país voltar a crescer. ‘Sempre fui uma pessoa profundamente preocupada com distribuição de renda. Mas temos de dar um tempo. Quando o nosso PIB tiver crescido uns 10%, o país vai estar com muito mais sobra fiscal. Aí podemos continuar’” Ele concede entrevista à Folha.
A Burrice Devia Doer
A burrice inalienável da liderança populista da américa latrina. Lula: "Eu fico olhando para a cara do (venezuelano Hugo) Chávez e sei que ele tem dificuldade para entender o português e, muitas vezes, eu fico conversando com o companheiro e não entendo todas as palavras em espanhol."
Saturday, December 9, 2006
Espiritualidade, Zen e Porrada
Atenção Karatecas do Brasil varonil: "When thought and body are one, words become somatic codes, echoing the body in movement, deferential to its dynamics. So if movement is the source of 'I cans' and 'I dos', and if we can and do make a 'body without organs', then somatic codes are central to the way we discover the world and act in it. They link our bodies together and permit the social passage of body, form, culture, and meaning; they thereby also fluidly link the quality of innerness and outerness of our somatic existence" [Einat Bar-On Cohen (2006) Kime and the Moving Body: Somatic Codes in Japanese Martial Arts. Body & Society 12: 73-93].
Historiadores....
E por falar em civilização, William Grimes critica a tese proto-marxista do livro de Roger Osborne "Civilization, A New History of the Western World".
Civilização e Barbárie
O subtítulo desse blog dá a impressão errada de que barbárie e civilização são opostos. A Alemanha de Hitler mostrou que a barbárie pode nascer de uma civilização. A barbárie alemã não se explica pela renda per capita, educação ou instituições, ela parece estar incutida nas preferências de uma parte dos alemães, como mostra a reportagem da Der Spiegel: "A study based on a survey of 5,000 people found that 9 percent of respondents agreed with the statement that a dictatorship can in certain circumstances be a preferable form of government, and 15.1 percent agreed with this: "We should have one leader to rule Germany with a strong hand for the good of everyone"."
Leading Killer in Finland? Alcohol
"Alcohol was responsible for 17 percent of all deaths among 15- to 64-year-old men". Dados impressionantes sobre a Finlandia. O artigo sugere que o crescimento nas mortes se deve ao corte nos impostos sobre o alcool. "Officials reported a 10 percent growth in binge drinking among 17-year-olds in the first six months after the tax cut, and general consumption began to grow, reaching new records".
Friday, December 8, 2006
O Grupo de Econofísica de Brasília
Geralmente se associa Brasília com picaretagem. Felizmente há exceções. Uma delas é o Grupo de Econofísica de Brasília, que é um grupo de pesquisadores de várias universidades brasileiras que está na fronteira do desenvolvimento da econofísica. Econofísica é uma promissora área de pesquisa interdisciplinar que usa métodos da física e estatística na economia.
Frei, Comunista e Gourmet
Fabio Danesi Rossi comenta a sofisticação e preferências do Frei Betto. Tem gente perguntando se voto de pobreza é apenas voto para causar e manter a miséria alheia.
A Gênese das Instituições da Jungle: CNJ
O pessoal de public choice deve se perguntar sobre a origem das novas instituições da selva. Uma hipótese é a de que a tendência natural das burocracias é crescer para aumentar seu poder de barganha e, consequentemente, o tamanho da renda extraída da sociedade. Outra idéia, não necessariamente oposta `a anterior, é a da sinalização. Em toda organização os funcionários tendem a sinalizar que estão trabalhando seriamente na resolução de problemas com a criação de novos comitês. A idéia se extende para o governo. Se há problema de abastecimento de energia, cria-se uma comissão sobre energia. Se há problema no judiciário, cria-se um CNJ e assim por diante. Qualquer que seja a explicação para a criação dos CNJs da selva, o resultado esperado é a inutilidade da nova instituição e custos mais altos para a sociedade.
Obina Seleção
Eis um site sobre jogador que levou o fRamengo nas costas esse ano. Pela lógica Obina deve ser reverenciado pela torcida que escurraçou Romário, o maior jogador de todos os tempos depois de Pelé.
Ciência e Política Pública
A cidade de Nova York proibe o uso de trans fat em restaurantes com base em estudos de dois pesquisadores de Harvard. Em breve até água será proibida.
Thursday, December 7, 2006
Idiota?
Você não é um idiota se diz para seus pares que querem falar contigo para falar antes com sua secretária. Você é um babaca.
Lei da Selva
Doméstica que tentou roubar pote de manteiga é condenada a 4 anos de prisão. A justiça da selva só cria incentivos para roubar muito. Para quem rouba pouco: cana. Para quem rouba muito: a política. Gostaria de saber exatamente quanto é o threshold.
Wednesday, December 6, 2006
Invenções Brasileiras
Paulo Zappi em seu exímio blog Strangeman's Paradise disserta sobre as contribuições brasileiras para a picaretagem universal. Ele observa que no "Brasil existe uma raça que, desde os anos 80, precisou fazer incríveis malabarismos para transportar dinheiro vindo de sindicatos alemães, através de "obras de caridade cristãs". Este dinheiro servia para aparelhar sindicatos, pagar salários de militantes com o único objetivo de tornar o país menos competitivo e atrair menos investimento".
Idiota?
Você é um idiota consumado quando acha que todas as dificuldades da sua e da existência das outras pessoas podem ser resolvidas com o uso de palavras difíceis.
Levitt no Colbert Report
Flatulência e Terror
Enquanto na selva os aviões não voam por incompetência, nos EUA eles não voam devido `a ventosidade dos passageiros...
Palhaçada
"Na terça-feira, uma pane nos equipamentos de rádio que fazem a comunicação entre o Cindacta-1, de Brasília, e os aviões monitorados por esse setor provocou o maior apagão no tráfego aéreo do País, obrigando a suspensão de todos os vôos controlados por Brasília por mais de seis horas, afetando principalmente São Paulo e Minas Gerais. Depois das 19h30, todos os vôos de Brasília, São Paulo e Minas foram cancelados. Também houve atrasos no Rio e em Mato Grosso do Sul. No total, centenas de vôos sofreram atraso, mas os números não tinham sido tabulados". E o ministro nos tranquiliza pois o nosso guia, agora especialista em em tráfego aéreo,"deu instruções no sentido de que se tenha condições semelhantes dos equipamentos de Brasília em São Paulo, como alternativa para que os atrasos não aconteçam mais", afirmou.
Tuesday, December 5, 2006
Clash of Civilizations e Macroeconomia
O Nouriel Roubini relatou neste pequeno artigo um incidente em que o então ministro da economia italiano o insultou. O motivo do insulto é a análise do Roubini da economia italiana. Ele faz algumas predições testáveis: i) Se a economia italiana não se ajustar e aumentar a competitividade de suas exportações, a Itália sairá da União Monetária Européia (EMU) em cinco anos; ii) Ao sair da EMU a Itália dará o calote em sua dívida assim com a Argentina deu na sua; iii) A crise tornará o déficit e a dívida pública italiana insustentáveis; iv) A crise gerará uma deflação de salários e preços; v) A saída da Itália da EMU contagiará outros países do EURO provocando a intervenção do European Central Bank.
Como o artigo foi escrito em Fevereiro de 2006, alguém pode checar os vaticínios do Roubini em Fevereiro de 2011 e, caso não sejam verificados, escrever um artigo detonando esses prognósticos.
Como o artigo foi escrito em Fevereiro de 2006, alguém pode checar os vaticínios do Roubini em Fevereiro de 2011 e, caso não sejam verificados, escrever um artigo detonando esses prognósticos.
Menor Risco e Maior Crescimento Econômico?
Assim pensa Peter Orszag do Brookings Institution. Para ele o melhor "approach to economic security instead involves stronger education and saving policies, which prepare workers in advance for hard times, and also a revamped system of social insurance and progressive taxation, which cushion the blows that inevitably occur in the process of creative destruction".
O Colapso da URSS: Gorbachev
Excelente matéria da Der Spiegel sobre o papel de Gorbachev no colapso da URSS.
O Mito do Bom Selvagem: Montaigne
Ele inicia com Montaigne, especificamente no Ensaio sobre os Canibais. Todavia é preciso acentuar que Montaigne tem um conceito relativo, comparativo, da selvageria:
“We may then call these people barbarous, in respect to the rules of reason: but not in respect to ourselves, who in all sorts of barbarity exceed them”. Leia o Ensaio aqui.
“We may then call these people barbarous, in respect to the rules of reason: but not in respect to ourselves, who in all sorts of barbarity exceed them”. Leia o Ensaio aqui.
Vive Le Jungle
Especialista francês acha que Tupinambás e outros canibais são um modelo contra a hipocrisia. Cita um autor do Século XVI Jean de Léry para o qual “os espanhóis são mais selvagens do que o povo que subjugaram. Em vez de civilizar, eles exterminaram as populações primitivas”.
Garcia Leva Eagles nas Costas
Philadelphia é uma espécie de Campinas, bom lugar para comer um sanduíche, mas péssimo para jogar bola. É a casa do eterno loser Philadelphia Eagles, cuja torcida é notória pela selvageria. Ontem, mal o jogo começou, Jeff Garcia - o substituto de Donovan McNabb - pegou na bola, a torcida começou a vaiar. Vaiou o tempo inteiro. Enquanto isso Garcia levava o time nas costas, lançando por 312 jardas com 3 touchdowns e nenhuma intercepção. Mas nada disso satisfaz os selvagens. Provavelmente Garcia sairia aplaudido se tivesse quebrado a coluna.
Pimenta no dos Outros é Refresco
Rapaziada anti-globalizante: A luta continua! o FMI vai quebrar se não ajustar. Vai ser muito gozado ver os funcionários públicos do FMI marchando por Washington para defender seus empregos. "If the IMF were a troubled emerging market economy seeking a bail out loan, the IMF would have little trouble in recommending belt tightening measures. However, when looking for remedies for its own troubled finances, belt tightening measures could not be further from the IMF's mind". Leia o resto aqui.
Caridade e Política
Nos EUA “religious conservatives are far more charitable than secular liberals, and that those who support the idea that government should redistribute income are among the least likely to dig into their own wallets to help others". Leia o resto aqui. Aparentemente o volume de doações na selva é baixo. Desconheço se há dados ou estudos sobre o tema.
Monday, December 4, 2006
Terror e Caridade
Por que algumas organizações terroristas, como Hamas e Hizbollah, fazem caridade? Pierre Ly explica num artigo publicado na Public Choice. Caso não tenha acesso ao journal, veja o link: www.geocities.com/pierremly/LYPuch.pdf.
História da Língua Francesa
Um livro sobre a história da língua francesa certamente vai atrair muita gente. Principalmente os pedantes que adoram regras sem pé nem cabeça e acham que a forma é mais importante do que a substância quando se trata de dizer ou escrever alguma coisa, como os puristas da última flor do lácio.
A Origem dos Demagogos
Assustado com tanto picareta idiota como Ahmadinejad, Chavez, Morales e Nasrallah? Niall Ferguson disserta sobre os demagogos modernos.
Por que é Difícil Entender Economia?
Alan Fiske, professor de antropologia da UCLA, tem a seguinte explicação.
Anti-Americanismo
A American Historical Review tem um fórum com quatro artigos sobre Anti-Americanismo no seu número de Outubro.
Sunday, December 3, 2006
Milagre no País dos adEvogados?
A morosidade caracteriza o judiciário da selva. A lentidão não se explica pela falta de recursos: “O número de juízes em comparação à população se enquadra nos padrões de países desenvolvidos. O total de recursos disponíveis - 3,5% do Orçamento público anual - é até maior do que o de algumas nações européias”. Segundo o secretário-geral do Conselho Nacional de Justiça (CNJ)"um dos fatores que mais contribuem para a lentidão dos processos são os casos em que os réus insistem em prosseguir na ação até o último recurso, mesmo sabendo que são causas perdidas". O congresso para corrigir esse problema aprovou a súmula vinculante. "Pela súmula vinculante, as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre determinada questão passam a servir de baliza a juízes de instâncias inferiores, que ficam obrigados a seguir as mesmas interpretações ao julgar casos parecidos". Leia o resto aqui.
Saturday, December 2, 2006
Al Qaeda um Movimento de Resistência?
Considerem a assustadora tese dos especialistas sobre a Al Qaeda publicada neste livro. Um bom exemplo de como uma ideologia política se traveste de opinião especializada.
Dívida Americana
Nos EUA "foreigners now hold a record 52% of the government's $4 trillion in outside debt," e daí?
Friday, December 1, 2006
O Jabá do Jabá
Leitores, atenção!
"Há que se superar o paradigma, teoricamente já superado, que separava e atomizada as várias instâncias. Porque são inter-retro-conectadas, as soluções devem ser includentes. A transversalidade, tese da Ministra Marina da Silva, deve conferir a tônica na implementação dos três eixos do governo".
Leiam o resto da algaravia aqui.
"Há que se superar o paradigma, teoricamente já superado, que separava e atomizada as várias instâncias. Porque são inter-retro-conectadas, as soluções devem ser includentes. A transversalidade, tese da Ministra Marina da Silva, deve conferir a tônica na implementação dos três eixos do governo".
Leiam o resto da algaravia aqui.
Xô Mocréia
Todo selvagem adora rogar praga. Quanto maior o loser, maior a praga rogada. Vejam como Reinaldo Azevedo trata o assunto.
Excelente Blog de Economia Brasileiro: Asquintas
No essencial blog De gustibus vi um link para o blog Asquintas, um excelente blog de economia.
Global Warming?
Após a tragédia causada pelo Katrina, os ecodiotas diziam que a culpa era do aquecimento global. E esse ano? Nenhum furacão atingiu os EUA. Vai aparecer um “cientista” para dizer que o aquecimento global é a causa de tamanha variância.
Populismo Americano
Quem pensa que o populismo é uma doença que afeta apenas a américa latina, está enganado. Lou Dobbs, um jornalista americano da CNN, é um exemplo de que a imbecilidade econômica não reconhece fronteiras.
Irracionalidade e os Limites da Democracia
Um bom debate sobre irracionalidade e os limites da democracia.